A saída do Brasil do Mapa da Fome em dois anos de governo somada ao êxito da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada em 2024 durante a presidência brasileira do G20, com a adesão de mais de 150 países e organizações internacionais, qualificam o presidente Lula novamente a ser o protagonista, pelo caminho da cooperação e do diálogo, de uma mudança inédita nas estruturas de governança global.
A definição do combate a fome como um dos temas centrais da agenda internacional e as ações lastreadas em experiências bem sucedidas que excluíram o Brasil do Mapa da Fome levaram o secretário-geral da ONU, António Guterres, a reconhecer a Aliança Global proposta por Lula como um modelo de liderança no combate à fome e à pobreza no mundo.
Em pronunciamento durante a abertura da 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares (UNFSS+4), em Adis Abeba, Etiópia, na segunda-feira (28), mesmo dia do anúncio da saída do Brasil do Mapa da Fome, ele ratificou o caminho proposto por Lula.
“Precisamos construir com base em novas lideranças, como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e ampliar as ações em todos os setores. Os governos não conseguem fazer isso sozinhos”, ressaltou, ao defender a união de esforços e citar o empenho do Brasil como exemplo.
O presidente Lula destacou, em suas redes sociais, a fala do secretário-geral da ONU. “António Guterres admitiu os progressos na luta contra a fome, defendeu a união de esforços e saudou iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Como disse o secretário, nenhum governo consegue fazer isso sozinho. E é este o objetivo da Aliança: Unir forças e experiências de diversas nações para combater a fome e a desigualdade”, escreveu o presidente.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi citada como um exemplo de liderança no combate à insegurança alimentar durante a abertura da 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares, nesta segunda (28).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu os progressos na luta… pic.twitter.com/uxzHL2wzHY
— Lula (@LulaOficial) July 29, 2025
Lula segue com um olho no planeta e outro no Brasil, cuja saída do Mapa da Fome foi reconhecida por especialistas. “Em 2021 havia 33 milhões de pessoas em situação de fome e agora uma surpreendente redução. As políticas públicas finalmente voltaram a ser foco de um governo, especialmente com um olhar de assistência social, de programas de fomento à produção de alimento e de chegada desse alimento à população. É, de fato, uma vitória”, admitiu Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação Cidadania em entrevista ao jornalista Alan Severiano do site G1.
Golaço do soldado do combate à fome
Pelas mãos de Lula o país consolida sua capacidade de liderar a agenda global para a erradicação da fome e da pobreza extrema. O lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a adesão imediata dos membros do G20 foi um golaço do presidente brasileiro, que retomou em 2023 um conjunto vigoroso e bem sucedido de políticas sociais, articuladas numa grande rede de proteção social que faz com que os olhos do mundo se voltem para o Brasil.
O país retoma sua posição de grande farol da promoção da justiça social ao sair pela segunda vez do Mapa da Fome, conforme divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) nesta semana.
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“Com ou sem mandato, serei soldado mundial no combate à pobreza e à fome”, disse o presidente na abertura da reunião do G20 no Rio de Janeiro em outubro de 2024. Diante dos presidentes das 20 maiores economias do mundo, Lula deu um passo histórico no combate às desigualdades com o lançamento da Aliança
Diante dos líderes do G20, Lula ressaltou que é inaceitável, em pleno século 21, ter 733 milhões de pessoas que dormem sem comer em um planeta que produz quase seis bilhões de toneladas de alimento por ano e gasta US$ 2,4 trilhões em defesa. A meta é eliminar a fome que afeta essas pessoas em todo o planeta até 2030 via programas de transferência de renda.
Recentemente, nas redes sociais, ele classificou o Banco dos Brics como parceiro de primeira hora da Aliança contra a Fome e a Pobreza. “Nosso Banco é mais do que um grande banco para países emergentes, ele é a comprovação de que uma arquitetura financeira reformada é viável e que um novo modelo de desenvolvimento mais justo é possível.
O Banco dos BRICS foi parceiro de primeira hora da Aliança contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo G20 no ano passado, e da Rede de Pesquisa de Tuberculose do BRICS.
Em um cenário global cada vez mais instável, marcado pelo ressurgimento do protecionismo e do unilateralismo e…
— Lula (@LulaOficial) July 4, 2025
Aliança acolhe mais países
Um dos mais novos países a aderir à Aliança foi o Chile, conforme anunciado em visita de Lula ao país em julho. No final de junho, no IV Fórum Árabe pela Igualdade, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias articulou a entrada de países árabes na Aliança Global avançou em negociações com Catar, Omã e Arábia Saudita para a instalação de um escritório regional da Aliança em Doha.
Com a Jordânia o ministro fez tratativas para a criação do primeiro centro de estudos sobre pobreza multidimensional e segurança alimentar da Liga Árabe que pode, futuramente, atuar em sinergia com os trabalhos da Aliança Global. A Somália avaliou a possibilidade de adaptação do Cadastro Único e de tecnologias do Programa Cisternas, além de estratégias para geração de renda e inclusão produtiva.
Wellington Dias teve ainda encontros com autoridades da Líbia, Omã e Síria no intuito de ampliar as parcerias com a Aliança Global e para o repasse de conteúdos sobre programas sociais brasileiros.
As articulações iniciadas no Fórum Árabe terão continuidade em setembro, na reunião da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Brasília, e na Cúpula Social da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, marcada para 3 de novembro, em Doha, no Catar.
Da Redação, com Secom, G1 e Brasil 247