Agente de polícia é suspenso em São Paulo após morte de homem negro em tiroteio

O agente policial militar que matou um homem negro com tiros nas costas em São Paulo foi afastado das atividades nesta segunda-feira 2, quase um mês após o crime. O agente, que estava de folga, atirou em Gabriel Renan da Silva Soares, acusado de furtar materiais de limpeza de um supermercado.

O caso aconteceu em 3 de novembro, na Zona Sul da capital paulista, e foi registrado por câmeras de segurança. As imagens são utilizadas nas investigações. Uma testemunha, que estava no mercado no momento do ataque, também foi ouvida.

As imagens mostram o rapaz pegando produtos da seção de limpeza e, em seguida, escorregando ao pisar em um pedaço de papel ao tentar sair do estabelecimento. O PM, que estava no caixa do estabelecimento à paisana, sacou uma arma e atirou diversas vezes pelas costas do homem, até ele cair. Foram 11 marcas de tiros, segundo o boletim de ocorrência.

Mais violência

A repercussão desse caso acontece em meio às notícias sobre outro episódio violento protagonizado pela Polícia Militar de São Paulo. Na noite da segunda-feira 2, um PM arremessou um homem do alto de uma ponte na Zona Sul da capital, enquanto outros agentes acompanhavam a movimentação e não reagiram.

O episódio foi registrado em vídeo, divulgado inicialmente pela TV Globo. As imagens mostram quatro PMs. Um deles levanta uma moto que estava no chão. Os outros dois observam, enquanto o quarto carrega um homem usando camisa azul até a beirada da ponte, antes de arremessá-lo. A vítima sobreviveu.

Treze policiais militares lotados no 24º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Diadema, na região metropolitana da capital paulista, foram afastados das atividades nas ruas e passaram a realizar trabalhos administrativos. Os agentes flagrados na abordagem atuavam no batalhão. Foi aberto, ainda, um Inquérito Policial Militar para apurar o caso.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, afirmou que o caso é “muito grave, sem fundamento e sem legalidade”. “Há uma crença hoje na polícia de São Paulo de que os policiais poderão praticar qualquer atrocidade ou anormalidade por serem policiais e isso vai ficar por isso mesmo”, disse.

Ao comentar os dois casos, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não será tolerado “nenhum tipo de desvio de conduta, de nenhum policial, no estado de São Paulo”.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se manifestou nas redes sociais. “Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos”, escreveu.

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