Na noite de quinta-feira (4), policiais militares do Rio de Janeiro abordaram quatro adolescentes em Ipanema, na zona sul, apontando fuzis para suas caras. A abordagem, registrada por câmeras de segurança, gerou controvérsia principalmente devido à identidade dos jovens: dois deles são filhos dos embaixadores do Gabão e de Burquina Fasso; um terceiro é filho de um diplomata da embaixada do Canadá; e o último é neto do jornalista Ricardo Noblat.
O caso gerou mais controvérsia pelo fato de que três dos adolescentes eram negros, levantando a acusação de que a atuação da PM foi discriminatória. O Itamaraty, diante dessa crise, enviou um pedido de desculpas aos interessados.
Não há como negar que a atuação dos policiais cariocas foi agressiva. No entanto, não se pode esquecer que o caso só ganhou tanta atenção porque os envolvidos tinham ligações com figuras influentes.
Afinal, a mesma imprensa que está indignada com o caso elogia a mesma Polícia Militar que ameaçou os adolescentes quando esta assassina moradores das favelas sob o pretexto de “combate ao crime”.