A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, respondeu com firmeza às críticas recebidas — sobretudo da mídia corporativa — após comentar, durante viagem oficial à China, a necessidade de regulamentar plataformas como o TikTok.
“Não há protocolo que me faça calar”, disse ela em evento do Ministério dos Direitos Humanos voltado ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Entenda o caso
A fala da primeira-dama sobre a regulação da plataforma chinesa, feita em um jantar oficial com o presidente Xi Jinping, foi vazada à imprensa pela própria comitiva brasileira, e, nos bastidores, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é apontado como o principal suspeito de ter articulado a divulgação.
O conteúdo foi rapidamente transformado por parte da mídia em uma suposta quebra de protocolo, ignorando o alerta substantivo feito por Janja sobre os riscos das redes sociais para crianças e adolescentes.
O tratamento dado ao episódio escancarou não apenas o foco de uma parcela da imprensa em irrelevâncias protocolares, com destaque para a Globonews, mas também a misoginia ainda presente no ambiente político, em vez de se debruçar sobre o debate necessário da regulação das plataformas digitais.
Como analisou o jornalista Luis Nassif, o caso é um exemplo claro de um jornalismo que prefere o ruído ao conteúdo, e que ignora o papel que a primeira-dama tem construído, em espaços ainda marcados por resistência a vozes femininas com protagonismo.
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