Uma pesquisa recente do LinkedIn sobre habilidades em alta no Brasil até 2025 aponta que, até o fim da década, 70% das competências exigidas nas funções atuais serão diferentes.
Além disso, o relatório “Future of Work”, do Fórum Econômico Mundial, estima que 22% dos empregos serão transformados.
Ainda segundo o estudo, 63% das empresas enxergam a falta de qualificação como um obstáculo para a inovação.
Diante disso, cresce a demanda por profissionais que criem experiências de aprendizagem alinhadas aos objetivos estratégicos das organizações.
É o caso dos designers instrucionais, que atuam como ponte entre as necessidades de desenvolvimento das empresas e os trabalhadores que precisam se capacitar.
A atuação deve ser consultiva e orientada a metas
Segundo Eduardo Mitelman, CEO da DNA Conteúdo Digital, “o designer instrucional precisa ser um facilitador da mudança organizacional”.
Por esse motivo, é necessário investigar a origem dos problemas antes de desenvolver qualquer solução.
Se a empresa busca ampliar os resultados comerciais, por exemplo, o primeiro passo deve ser entender se a falha está no conhecimento técnico, nas habilidades interpessoais ou em outro ponto.
A partir dessa análise, o designer instrucional propõe treinamentos com metas específicas e direcionadas.
Portanto, perguntas como “qual transformação esse curso deve promover?”, “quais indicadores serão monitorados?” e “qual o impacto esperado nos resultados?” devem guiar a elaboração dos conteúdos.
Experiência do adulto é prioridade nos programas de aprendizagem
Além da abordagem estratégica, é necessário compreender como os adultos aprendem.
De acordo com Mitelman, “executivos e trabalhadores só se engajam em programas que ofereçam retorno imediato”.
Nesse contexto, o conceito de edutainment — combinação de educação e entretenimento — ganhou relevância.
Isso porque o modelo utiliza recursos visuais e interativos que tornam o conteúdo mais atrativo.
Ao mesmo tempo, mantém o foco em reduzir lacunas de habilidades e melhorar indicadores operacionais por meio de experiências imersivas.
Dados orientam decisões e comprovam o retorno dos treinamentos
Outro elemento central do novo design instrucional é o uso de dados.
Com o monitoramento da jornada de aprendizagem, é possível ajustar o conteúdo conforme o desempenho dos participantes.
Além disso, os dados ajudam a entender o nível de engajamento dos trabalhadores em cada etapa do processo.
Por exemplo, é possível rastrear quais módulos foram acessados, quanto tempo foi dedicado a cada parte do curso e quais habilidades foram aplicadas no trabalho.
Esse tipo de análise permite identificar pontos de melhoria e também calcular o ROI (Retorno sobre Investimento) de forma precisa.
Desse modo, o uso de dados deixa de ser uma opção e se torna uma exigência para justificar os investimentos em desenvolvimento profissional.
Profissionais precisam unir empatia, tecnologia e visão de negócio
Por fim, Mitelman afirma que “o sucesso do design instrucional está nas mãos de quem entende os objetivos da empresa, domina dados e tem empatia pela realidade de quem aprende”.
Essa combinação permite desenvolver treinamentos mais aderentes à prática e com maior chance de gerar impacto mensurável.
O desafio, agora, é preparar os profissionais da área para que se tornem agentes estratégicos.
As empresas que desejam se manter competitivas já buscam esse novo perfil — capaz de transformar conhecimento em desempenho, e desempenho em crescimento.