O condomínio Bay View, na Península de Maraú (BA), é um luxuoso refúgio à beira-mar com casas de alto padrão, vista para recifes de coral e estrutura completa. Mas, por trás do cenário paradisíaco, cresce uma investigação que pode envolver diretamente o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil). A apuração gira em torno de um apartamento registrado em nome do empresário Samuca Franco — investigado pela Operação Overclean — mas que, segundo fontes e documentos obtidos pelo Metrópoles, teria como verdadeiro dono o próprio chefe do Executivo soteropolitano.
Localizado em um dos destinos mais paradisíacos da Bahia, o Condomínio Bay View se destaca na Península de Maraú, na charmosa vila de Barra Grande. De acordo com o site do projeto, “este refúgio de alto padrão foi projetado para quem deseja aliar conforto à beleza natural da região, oferecendo uma experiência única de viver ou veranear de frente para a deslumbrante Baía de Camamu, famosa por suas águas calmas e recifes de corais”.
O empreendimento conta com 24 apartamentos exclusivos, todos com três suítes, distribuídos em áreas privativas que variam entre 95 m² e 110 m². Moradores, corretores e prestadores de serviço ouvidos pela reportagem afirmam que o prefeito escolheu pessoalmente a unidade e acompanhou etapas da obra e personalização do imóvel, como decoração, instalação de ar-condicionado e reforma de mobiliário. Embora o registro oficial do apartamento esteja em nome de Franco, todas as decisões teriam partido de Bruno Reis, o que levanta suspeitas sobre a real titularidade do bem.
A ligação entre Bruno Reis e Samuca Franco vai além da amizade. Desde 2022, eles são sócios na SPE Vento Sul Empreendimentos Imobiliários Ltda., onde o prefeito detém 10% das cotas por meio da empresa BB Patrimonial, registrada em nome dele e de seus filhos. O vínculo empresarial aumenta a pressão sobre o prefeito em meio às investigações.
Samuca Franco é um dos principais alvos da terceira fase da Operação Overclean, que apura um esquema de desvio de recursos públicos estimado em R$ 1,4 bilhão envolvendo contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Ele é apontado como um dos operadores financeiros do grupo investigado pela Polícia Federal.
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