Os produtos tipo se multiplicam como erva daninha. Sempre que o mercado oscila, surge alguém com uma ideia “brilhante”. Recentemente, apareceu o produto tipo café, uma mistura que leva café, mas pode incluir também palha, pedaços de madeira e cascas. A ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café – se manifestou e notificou os órgãos de fiscalização para impedir a venda do “cafake”. Ações assim buscam iludir o consumidor com um preço mais baixo, fazendo-o achar que está consumindo o produto original. E não é de hoje.

Mais recentemente, vimos o caso do leite condensado que, na verdade, é um “composto lácteo”. Existem ainda produtos em embalagens que parecem vinho, mas são bebidas compostas. Os produtos tipo criam uma ilusão de ótica para o consumidor: querem induzir confusão e seguem uma estratégia de mercado manjada: colher os benefícios de marcas já consolidadas em categorias de consumo reconhecidas. Disputam preço. E o consumidor que se dane.

A estratégia, porém, traz riscos. Geralmente, são empresas que consideram preço como patrimônio. É uma besteira monumental. Sempre haverá alguém vendendo mais barato. Se o preço é o patrimônio, vale lembrar que, no fim, quem o controla é o ponto de venda. Há empresas que lançam versões de si mesmas. No caso do leite condensado, a versão foi feita com a marca Moça, tradicional. O risco é trocar o patrimônio de marca pela desconfiança. Perder a percepção de qualidade pode ser fatal.

Enquanto isso, os consumidores ficam perdidos. Embalagens que confundem, rótulos ilegíveis… Tudo parece uma grande armadilha para arrancar os trocados de quem já sofre com a alta dos alimentos. As empresas fazem tipo. E é o tipo de manobra que, mais cedo ou mais tarde, pode colocar tudo a perder.

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Last Update: 13/02/2025