Um homem de 40 anos, residente da Flórida, nos Estados Unidos, seguiu uma dieta carnívora rigorosa em busca de emagrecimento e maior disposição.

O caso, publicado no “Journal of the American Medical Association” (JAMA) e divulgado pelo g1, trouxe à tona os impactos dessa alimentação extrema, destacando as consequências para a saúde.

O paciente consumia grandes quantidades de gordura diariamente, incluindo cerca de quatro quilos de queijo, tabletes inteiros de manteiga e hambúrgueres enriquecidos com gordura adicional. Como resultado, ele desenvolveu nódulos de gordura pelo corpo e apresentou níveis de colesterol até cinco vezes superiores ao recomendado.

Após notar caroços amarelados nas mãos, pés e cotovelos, procurou atendimento médico. Os especialistas diagnosticaram xantelasma, condição caracterizada pelo acúmulo de gordura e colesterol na pele. Segundo os médicos, o corpo eliminava o excesso de gordura por meio das extremidades.

Apesar de relatar benefícios como perda de peso, maior disposição e clareza mental, os exames indicaram riscos à saúde.

“Este caso destaca o impacto dos padrões alimentares nos níveis de lipídeos e a importância do controle da hipercolesterolemia para prevenir complicações”, afirmaram os especialistas no artigo publicado na JAMA.

O cardiologista Roberto Kalil alertou para os riscos de dietas extremas e possíveis doenças cardiovasculares.

“Não existe dieta da moda que vença a ciência, esse caso é um alerta às pessoas”, declarou.

Segundo ele, o consumo excessivo de gorduras pode causar acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de infarto e AVC. “Ele chegou a um quadro de infiltração de gordura nas mãos, isso significa que a quantidade era tão excessiva que atingiu um ponto limite”, explicou.

Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 40% da população brasileira apresenta altos níveis de colesterol. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que uma em cada quatro crianças e adolescentes no Brasil também enfrenta o mesmo problema.

Kalil ressaltou que, apesar da influência genética em alguns casos, os hábitos alimentares são a principal causa do aumento do colesterol, especialmente com o consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em gordura.

“São milhares de mortes causadas por doenças relacionadas ao colesterol alto. No Brasil, infarto e AVC estão entre as principais causas de óbito. As pessoas não podem negligenciar a saúde cardiovascular”, disse.

O caso serve como um alerta para os riscos de dietas radicais e reforça a necessidade de acompanhamento médico e nutricional antes de mudanças drásticas na alimentação.

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Last Update: 02/02/2025