A Polícia de Buenos Aires prendeu o financista de criptomoedas Francisco José Hauque e sua esposa com dois quilos de cocaína, uma arma e um Audi Q8, diz o jornal argentino Clarín.
A empresa de Hauque havia ganhado notoriedade após promover suas atividades com políticos e celebridades, incluindo o presidente Javier Milei.
Hauque, por sua vez, encontra-se detido e incomunicável. Ele já enfrentava outra acusação por suspeita de fraude envolvendo suas empresas de criptomoedas, Coinx e Qpons.
Em agosto de 2022, poucos meses após assumir como deputado federal, Javier Milei promoveu essas empresas em sua conta no Instagram, assim como outros influenciadores. Contudo, em 2023, Coinx e Qpons foram denunciadas por fraude no tribunal do juiz Ariel Lijo.
Essa conexão entre Hauque e Milei lança questionamentos sobre o financiamento da campanha do presidente argentino.
A prisão de Hauque ocorreu após uma denúncia de possível violência de gênero contra sua mulher no Audi, na Avenida Alvear, número 1900. Durante a abordagem, a polícia confiscou uma pistola 9 mm, oito cartuchos de munição, dois quilos de material semelhante a cloridrato de cocaína, dois celulares da marca Apple, 900 dólares, 190 mil pesos e um relógio Rolex. A juíza federal María Eugenia Capuchetti assumiu o caso.
Coinx e Qpons, empresas de Hauque em sociedade com Ezequiel Fernando Enrique, foram investigadas em 2023. A Polícia Federal realizou operações em 23 endereços relacionados às empresas em Buenos Aires e na capital de Santa Fé, resultando na prisão de quatro pessoas. As empresas foram denunciadas por operar um esquema de pirâmide que prometia rendimentos de até 8% ao mês em dólares.
A Comissão Nacional de Valores já havia ordenado, em junho de 2022, que Coinx cessasse todas as suas atividades financeiras, pois não possuía autorização para operar no setor. Embora registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, a empresa só tinha autorização para atuar na área de software, e não em operações financeiras.