O presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad, encontra-se em Moscou sob asilo concedido pelo governo de Vladimir Putin.
De acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, “Assad e sua família chegaram a Moscou. A Rússia, por razões humanitárias, concedeu-lhes asilo”, informou uma fonte do Kremlin. A notícia surgiu após rebeldes sírios anunciarem a tomada de Damasco e o colapso do governo Assad, encerrando mais de duas décadas de seu controle.
A ofensiva rebelde, que durou menos de duas semanas, foi motivada, segundo os insurgentes, pelo desgaste da população após “50 anos do regime de Assad”. Desde 2000, Bashar comandava o país, sucedendo seu pai, Hafez al-Assad, que esteve no poder por 29 anos. O marco mais recente do regime foi a repressão violenta aos protestos pró-democracia de 2011, no contexto da Primavera Árabe, movimento que transformou a dinâmica política de diversas nações do Oriente Médio e Norte da África.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, confirmou neste domingo (8) que Assad deixou a Síria após a entrada de forças rebeldes em Damasco. Para o grupo de monitoramento, sua fuga representa o fim da dinastia Assad no controle do país. A trajetória de Bashar no poder começou de forma inesperada, após a morte de seu irmão mais velho, Bassel, em um acidente de carro em 1994.
Formado em Oftalmologia pela Universidade de Damasco, Assad vivia em Londres no início dos anos 1990, onde prosseguia com estudos na Western Eye Hospital e conheceu sua esposa, Asma al-Akhras, uma sírio-britânica que trabalhava no setor financeiro. Após a tragédia familiar, Bashar retornou à Síria e ingressou no Exército, assumindo gradativamente um papel político ao lado do pai, que liderava o Partido Baath desde um golpe interno em 1966.
O Partido Baath, criado em 1947 com uma ideologia pan-arabista, se destacou ao unir forças com o Partido Socialista Árabe, ganhando apoio entre intelectuais, camponeses e minorias religiosas. Em 1963, o Baath chegou ao poder por meio de um golpe militar, iniciando o regime que culminaria no governo autoritário de Hafez al-Assad. Sob Bashar, o partido e o regime perderam apoio popular, agravando as tensões que culminaram na revolta atual.
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