Neste domingo (8), o presidente sírio Bashar al-Assad anunciou sua renúncia ao cargo e pediu uma transição pacífica de poder após oposicionistas tomarem Damasco e várias cidades estratégicas do país. O paradeiro do presidente sírio é desconhecido.
A declaração foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, no Telegram, que divulgou que Assad deixou o país e deu ordens para a formação de um governo de transição. “Ele tomou a decisão de renunciar à presidência e deixar a Síria, garantindo uma transferência de poder sem violência”, afirmou o comunicado russo.
A renúncia ocorre após o avanço do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que conquistou Aleppo, Homs e outras cidades estratégicas nos últimos dias. Em Damasco, milhares de pessoas ocuparam praças públicas, subiram em tanques e derrubaram estátuas do pai de Assad, Hafez al-Assad. “Damasco está livre de Assad”, declararam líderes rebeldes, que agora negociam a formação de um governo de transição com o apoio do primeiro-ministro Mohammed Ghazi Jalali.
Des photos et des vidéos d’Abou Mohammed Al Joulani, chef de Hayat Tahrir Al Sham, circulent sur les réseaux. Il aurait été aperçu à proximité de la citadelle d’Alep.
Cela dément la thèse de son assassinat par l’aviation russe. pic.twitter.com/bQZ0OZiFLq
— Assyl 🇪🇭🇵🇸🔻 (@A2x_be) December 4, 2024
A Rússia, principal aliada de Assad durante os 13 anos de guerra civil, expressou preocupação com os desdobramentos e reforçou a necessidade de um diálogo político inclusivo. “Estamos em contato com todas as facções da oposição síria para evitar o colapso do país”, disse o Ministério das Relações Exteriores russo, pedindo o respeito à Resolução 2254 da ONU, que prevê uma solução política para o conflito.
Geir Pedersen, enviado especial da ONU para a Síria, propôs negociações urgentes em Genebra para facilitar a transição de poder. A guerra civil síria, que começou em 2011 durante a Primavera Árabe, já deixou mais de 500 mil mortos e milhões de deslocados, configurando uma das maiores crises humanitárias do século. A ONU destacou que o momento atual pode ser decisivo para a reconstrução do país.
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