Prefeito de Araraquara (SP) e possível sucessor de Gleisi Hoffmann na sucessão da presidência do PT, Edson Silva afirma que a sigla precisa ser mais presente na vida real das pessoas e voltar a suas bases. Para ele, o partido precisa aprender a lidar com a mudança no perfil do trabalhador e o crescimento de lideranças religiosas em periferias.
“Do ponto de vista político, para mim está cada vez mais nítido que o PT precisa estar mais presente. Não estou dizendo que não está, mas estar mais presente do ponto de vista orgânico desse cotidiano”, afirmou em entrevista à agência de notícias Reuters.
Edson é um dos homens de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu apoio de nomes importantes do PT, como os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), para comandar o partido.
“O partido cresceu institucionalmente, isso não é ruim, isso é bom, mas, nesse momento que nós estamos vivendo, além de fortalecimento institucional, a gente tem que efetivamente estar com o pé muito presente na vida real do povo”, prossegue o prefeito.
Ele defende uma reaproximação do PT com comunidades e periferias, que já foram base do partido, e afirma que a sigla deve trabalhar junto dos religiosos. “Às vezes eu ouço críticas, ‘nossa juventude da periferia está sendo cooptada pelas igrejas evangélicas’. Não é cooptado, a igreja evangélica está presente na vida da periferia”, acrescenta.
Edson diz que o PT não pode estar “do lado de fora dessa realidade” e que só é possível promover mudanças dentro das comunidades. “Se a gente tiver presença na periferia, a liderança jovem evangélica pode estar no PT, porque nós vamos debater com essa liderança que o mundo cristão que ela defende não é diferente do mundo que defendemos, com uma sociedade justa, humana, de valorização da vida”, aponta.
O prefeito aponta que o objetivo do partido para 2026 é “derrotar o fascismo”. “É uma tarefa de um campo democrático, nem diria de centro-esquerda, de um campo democrático. Então, nós temos que caminhar para 2026 para a construção de um campo democrático, sólido, que vai ter contradições”, avalia.
Sobre as eleições de 2028, Edson afirma que o foco é evitar a derrota do partido em lugares onde tradicionalmente tem força. O PT passou de 182 prefeituras em 2020 para 252 após a disputa desse ano, mas sofreu perdas em periferias de grandes cidades.
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