No último sábado (23), a União Israelita do Brasil (UIB) realizou um jantar em São Paulo, durante sua 55ª convenção anual. Segunda a imprensa, o evento teria reunido 400 pessoas.

O grande destaque da noite foram os políticos de direita convidados para o jantar. Com a presença de figuras como João Paulo Caiado (União Brasil-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ), o evento acabou se tornando uma espécie de palanque eleitoral antecipado, uma vez que Freitas e Caiado são dois dos principais nomes cotados para concorrer à disputa presidencial de 2026.

O presidente da UIB, Claudio Lottenberg, foi direto ao ponto ao declarar que “o futuro presidente do Brasil está nessa sala”, em referência aos governadores presentes. Lottenberg fez questão de sublinhar que não convidou o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o evento, mostrando que a entidade já escolheu o lado que pretende apoiar nas próximas eleições. Ou melhor, o lado que já está apoiando na prática, uma vez que a direita faz oposição ativa ao governo.

A UIB já nem tenta disfarçar e deixa claro que o sionismo é um movimento de extrema direita. Como movimento supremacista, que defende os privilégios de um setor da população contra os interesses da maioria, nada mais natural que o sionismo, no Brasil, esteja ao lado dos inimigos do povo.

No Oriente Médio, o sionismo é sinônimo de apartheid social. É sinônimo de prisões arbitrárias, de tortura, de crimes de guerra, O sionismo, na medida em que defende a ocupação de um território onde já vive um povo, defende, inevitavelmente, um processo de limpeza étnica. Sionismo é sinônimo de genocídio.

Neste sentido, Lottenberg não poderia estar em melhor companhia que em presença de Tarcísio de Freitas. Esse homem é o comandante de uma polícia que acaba de assassinar um jovem simplesmente porque ele deu um “tapinha” no retrovisor de uma viatura. Uma polícia que torturou e assassinou dezenas de moradores do litoral paulista, tudo em nome da vingança de um policial que supostamente foi morto na região. O mesmo Tarcísio vem privatizando o que restou de serviço público em São Paulo, a exemplo das linhas de metrô e da gestão da água. É um forte concorrente à medalha sionista de direitos humanos, uma vez que atenta contra o direito de ir e vir e o acesso à água dos paulistas.

Lottenberg também está de parabéns por chamar Ronaldo Caiado para sentar ao seu lado. Afinal, embora seja tratado pela imprensa como um homem civilizado, o governador de Goiás é a expressão do que há de mais bárbaro no País. Caiado é um homem do latifúndio, envolvido na perseguição do povo do campo que tem seu acesso à terra negado, assim como o povo palestino. Ele, inclusive, ficou conhecido por fundar uma milícia de jagunços, a União Democrática Ruralista (UDR).

Diga com quem andas que digo quem és, eis os amigos da UIB. A bajulação de homens de extrema direita, que têm as mãos sujas de sangue, também revela que a UIB, além de representar uma escória, tenta interferir abertamente na política brasileira. Essa tentativa de interferência não é novidade. A UIB tem historicamente buscado influenciar decisões políticas no Brasil, atuando como um poderoso lobby em diversas esferas.

Recentemente, representantes da entidade reuniram-se com a Polícia Federal (PF) para tratar de temas como “discurso de ódio” e “antissemitismo”. Essa aproximação ocorre em um momento em que a PF investiga pessoas e organizações por apoio à Palestina, indicando que órgãos do Estado brasileiro são usados de maneira sistemática como ferramentas de repressão a inimigos do sionismo e aliados da luta palestina.

As ações da UIB não são apenas uma afronta à soberania nacional, mas também um ataque direto à liberdade de expressão. O caso do jornalista Breno Altman é claro. Altman foi condenado a pagar uma indenização de R$20 mil por publicações críticas ao Estado de “Israel”, em uma ação movida pela UIB. A decisão judicial incluiu ainda a remoção de cinco publicações nas redes sociais.

A atuação da UIB como um braço do Estado de “Israel” não deixa dúvidas: trata-se de uma entidade que busca moldar a política nacional em benefício de interesses estrangeiros.

Diante de tudo o que a UIB representa, a política do governo brasileiro perante o sionismo permanece incompreensível. O sionismo, além de ser inimigo de qualquer coisa progressista, conspira em plena luz do dia contra o próprio governo brasileiro. O jantar com lideranças da direita, com direito a discurso do presidente da instituição bajulando figuras como Caiado e Freitas, é uma desmoralização da presidência da República.

A UIB é, portanto, não apenas uma correia de transmissão do governo criminoso de guerra de Benjamin Netaniahu, como também do bolsonarismo. O sionismo é inimigo do povo brasileiro e do governo brasileiro. Seus agentes obedecem tão somente aos interesses de um Estado terrorista criado para esmagar os oprimidos em todo o mundo.

Não há por que contemporizar com a UIB, o sionismo ou o Estado de “Israel”. Caso o governo brasileiro não queira ser derrubado pelos sionistas e pelos bolsonaristas e deixar o povo brasileiro entregue à própria sorte, é preciso agir enquanto ainda há tempo. É preciso romper com o Estado de “Israel” e expulsar do País as pessoas e organizações que atuam a serviço de potências estrangeiras para atentar contra a soberania nacional.

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Last Update: 26/11/2024