As intenções de voto para a disputa eleitoral em Porto Alegre apresentam um empate técnico entre o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), com 36%, e a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem 31%, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (27).
Com a margem de erro de três pontos percentuais, o candidato bolsonarista pode ter entre 39% e 33%, enquanto o percentual da petista pode variar entre 28% e 34%.
Em terceiro aparece a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 11%, e o deputado estadual Felipe Camozzato (Novo), com 3%. Os demais candidatos não pontuaram; indecisos são 12% e os bancos e nulos, 7%.
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Na sondagem espontânea, a diferença entre Melo e Rosário é de apenas um ponto percentual: 15% a 14%. Juliana e Camozzato têm, respectivamente, 2% e 1%. Neste cenário, os indecisos saltam para 67%.
A possibilidade de empate técnico já havia sido constatada em pesquisa do Instituto Methodus divulgada no dia 19. Naquele levantamento, Melo aparecia com 29,6% das intenções de voto, contra 26,8% de Rosário, 14% de Juliana e 5% de Camozzato. A margem de erro nesse caso era de 3,5 pontos percentuais.
Cenário local
A disputa deste ano na capital gaúcha é uma das mais importantes dos últimos anos por ser a primeira a ocorrer após as enchentes que destruíram o estado e afetaram parte de Porto Alegre em maio, deixando casas e estabelecimentos inundados e milhares de desabrigados e desalojados.
Na ocasião, o sistema de contenção do Guaíba não funcionou adequadamente devido à falta de manutenção nas casas de bomba e diques, o que gerou desgaste à gestão Melo, que ignorou diversos alertas feitos por especialistas e funcionários do órgão responsável pelo sistema em anos anteriores.
Além disso, diversos escândalos vieram à tona mais recentemente, entre eles, um esquema envolvendo possíveis crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Secretaria de Educação.
Vale lembrar ainda que pouco antes das enchentes, no final de abril, um incêndio numa pousada para pessoas em situação de rua, conveniada à prefeitura, deixou 11 mortos. Segundo vistoria, o local apresentava problemas estruturais e de segurança. Ainda assim, recentemente a gestão Melo autorizou o repasse de R$ 340 mil à rede de pousadas.
O cenário atual pode favorecer o desejo de mudança e o sentimento de rejeição pela continuidade. Na avaliação sobre a atual gestão, 36% avaliam como positiva, mas 33% acham regular e 29%, negativa.
Além disso, a disputa na cidade também reflete a divisão do eleitorado entre a direita e a extrema-direita bolsonarista de um lado, personificadas no atual prefeito, e a esquerda e setores populares e progressistas do outro, que se aglutinam em torno da deputada federal apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse sentido, é importante destacar, ainda que, em que pese o estado do Rio Grande do Sul ter votado majoritariamente em Jair Bolsonaro (56% a 43%) no segundo turno de 2022, na capital gaúcha Lula venceu com 53,5% dos votos, contra 46,5% do oponente.
