Cobrado como pivô da América Latina na crise política da Venezuela, o Brasil voltou a se posicionar e reafirmou que não reconhecerá as eleições do país enquanto não forem divulgadas as atas eleitorais. No entanto, ressaltou que não irá impor uma solução ao país vizinho e que deve ser construída pelos próprios venezuelanos.

O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, deu a declaração, nesta quinta-feira (15), durante Comissão de Relações Exteriores do Senado.

“A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos e não imposta de fora”, afirmou Amorim, que foi cobrado pela oposição, mas manteve a postura democrática e de respeito ao processo eleitoral do país vizinho.

“O que nós estamos tentando fazer é resolver essas questões pelo diálogo. Não como algumas pessoas pensaram em fazer no passado. Nós não vamos impor a democracia à Venezuela”, completou.

Cobrado pelos parlamentares, o representante do Brasil para Assuntos Internacionais disse que o presidente Lula reiterou várias vezes que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela tem que publicar as atas de registros eleitorais para o reconhecimento do Brasil.

Ao ser questionado pela senadora Tereza Cristina (PP/MS), Celso Amorim chegou a dizer que o presidente está impaciente com a demora das atas. “Isso é evidentemente uma preocupação”, disse. No entanto, o Brasil não irá fazer uma cobrança ou fixar uma data, como sugeriu a senadora.

“Colocar uma data fixa de ultimato eu acho que não é produtivo. A minha experiência indica que isso não traz bons resultados”, afirmou.

O representante brasileiro que está mediando a tensão eleitoral no país fronteiriço frisou, aos senadores, o papel do Brasil no caso: “A função do Brasil é encontrar uma solução que seja democrática, eleitoral e pacífica”

Assista aqui a participação de Celso Amorim na Comissão do Senado:

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Last Update: 15/08/2024