Na última terça-feira, dia 11 de julho, o programa “Tição, Programa de Preto” foi transmitido pelo canal do YouTube Lives da COTV. Entre os diversos temas abordados, destacou-se a análise da aliança do pré-candidato a prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), com um ex-comandante da ROTA, convocado para expressar apoio da máquina de assassinar pobres em sua campanha pelo governo do principal município do País, colocando em questão a coerência dessa decisão com os supostos ideais do pré-candidato que se intitula de esquerda.

“Dias após o candidato a reeleição Ricardo Nunes [MDB] em aliança com o bolsonarismo, colocar um ex-comandante da rota, um bolsonarista raiz como vice na sua chapa, Boulos anunciou também um ex-comandante da ROTA como parte da sua equipe para produzir, o que eu acho que é até mais grave, a política de segurança pública da sua pré-candidatura e da sua candidatura.”

O ex-comandante da ROTA, Alexandre Gasparian, liderou a ROTA durante 2015, um período marcado por diversas chacinas e ações violentas. “Esse indivíduo aí foi comandante da rota durante este período. Ele durou sete meses no comando da rota, inclusive durante esse período teve chacinas que aconteceram no período em que ele comandou a rota”.

Foi destacado que tanto Nunes quanto Boulos parecem adotar uma política de segurança pública agressiva, fortemente influenciada pela ROTA, conhecida por seu alto índice de letalidade. “Nunes e Boulos, no campo da segurança pública, estão empatados, porque os dois vão ter uma política agressiva, dirigida pela ROTA, não é nem pela polícia em geral, mas por aquela que mais mata no estado de São Paulo.”

O psolista ainda defendeu a escolha, porém da forma mais risível possível: “Boulos disse que o senhor ex-comandante da ROTA que vai trabalhar na sua campanha para construção do projeto de segurança pública, é defensor, na verdade, dos direitos humanos.”

Essa aliança, obviamente, deve ser rechaçada pelo movimento negro, que há anos luta contra a violência policial representada em São Paulo principalmente pela ROTA. A inclusão de um ex-comandante da tropa de choque da polícia na equipe de Boulos é uma traição aos princípios de justiça social que ele demagogicamente diz defender. “O movimento negro, por exemplo, deveria rechaçar completamente essa candidatura, porque o movimento negro está lutando há anos contra as polícias, contra a rota, contra as matanças que a PM faz, e o indivíduo coloca um cidadão da rota, ex-comandante da rota, para elaborar o seu plano de segurança pública.”

Entre os outros assuntos tratados no programa, estavam o caso da abordagem policial aos negros filhos de embaixadores no Rio de Janeiro este mês, que deixou escancarado o racismo nas polícias brasileiras devido à forma que ocorreu, o legado do escritor Carlos Gomes, entre outros assuntos. Para ver o programa na íntegra, veja o vídeo:

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Última Atualização: 18/07/2024