A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF) apresentou, na sexta-feira (5), uma nota informativa sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do 3º Trimestre de 2025, divulgado pelo IBGE nesta semana. Na apresentação, a SPE demonstrou que o Brasil já garantiu crescimento econômico de 2,2% para este ano e tem acumulado em 12 meses a sexta melhor posição entre os países do G20.
No período analisado pela nota, o crescimento econômico desacelerou e teve alta de somente 0,1% no terceiro trimestre em relação ao anterior, refletindo a permanência do alto patamar dos juros no país, em 15% ao ano, mantido pelo Banco Central.
Mesmo com o baixo resultado, a SPE entende que o “carrego estatístico”, que significa a herança estatística, já garante ao país, em 2025, um crescimento mínimo do PIB de 2,2%. Portanto, esse valor vai se concretizar mesmo que não ocorra crescimento no último trimestre.
Leia mais: Com Selic a 15%, economia desacelera e PIB tem alta de apenas 0,1%
Quando se considera o crescimento nos últimos quatro trimestres (12 meses), o PIB acumulado é de 2,7%, o que deixa o Brasil na sexta colocação entre as nações do G20. Confira abaixo:
PIB dos países do G20 no 3º trimestre de 2025 – variação acumulada em 4 trimestres
- 1. Índia: 7,5%
- 2. China: 5,2%
- 3. Indonésia: 5,0%
- 4. Arábia Saudita: 4,2%
- 5. Turquia: 3,6%
- 6. Brasil: 2,7%
- 7. Canadá: 2,2%
- 8. Rússia: 1,9%
- 9. Austrália: 1,7%
- 10. União Europeia: 1,6%
- 11. Reino Unido: 1,6%
- 12. Japão: 1,5%
- 13. África do Sul: 1,1%
- 14. Coreia do Sul: 0,8%
- 15. França: 0,7%
- 16. Itália: 0,6%
- 17. México: 0,2%
- 18. Alemanha: 0,1%
A Índia apresenta a maior variação acumulada, enquanto a Alemanha e o México registram as menores variações. Caso sejam considerados apenas os resultados do terceiro trimestre, o Brasil ficaria na 11ª posição entre as nações que apresentaram seus números.

PIB do 3º trimestre no Brasil
Conforme o relatório da Secretaria, “as exportações cresceram 7,2% no terceiro trimestre, ante alta de 2,1% no segundo trimestre (dado revisado de 2,0%), enquanto as importações desaceleraram de 3,9% (dado revisado de 4,4%) para 2,2%. Na passagem entre trimestres, destaca-se o maior ritmo de expansão nas exportações de produtos agropecuários e extrativos. No caso das importações, contribuiu para a desaceleração frente ao trimestre anterior principalmente o menor ritmo das importações de serviços”.
Se por um lado as exportações auxiliaram para que o resultado não fosse negativo, o fator que desaqueceu o crescimento foi o consumo das famílias em razão da alta taxa básica de juros (Selic) do país, considerada a ‘raiz’ do problema.
“O consumo das famílias desacelerou de 1,8% para 0,4% do segundo para o terceiro trimestre, refletindo o recuo no consumo de bens duráveis e não duráveis e a redução no ritmo de consumo de produtos semiduráveis e de serviços, principalmente importados. A desaceleração do consumo está associada ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva”, traz o documento.