
A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes teve um clima de alta expectativa e simbolismo no plenário, conforme informações do Globo.
Após uma “sessão-maratona” de 13 horas, marcada pelo voto dissidente de Luiz Fux, a Primeira Turma retomou seus trabalhos na quinta-feira, focada no voto da ministra Cármen Lúcia, que poderia consolidar a maioria para condenar os oito réus da trama golpista, incluindo Bolsonaro.
A ministra iniciou seu voto às 14h22, enquanto Fux permanecia cabisbaixo e em silêncio. Na plateia, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Maria Luiza, irmã de Cármen Lúcia, surpreenderam com a presença incomum, e houve um gesto de apoio visível entre Alexandre de Moraes e Gilmar.
O ambiente contrastou com o dia anterior, pois a sessão contou com muitos apartes, apresentações de slides e vídeo do 7 de setembro de 2021, além de brincadeiras e indiretas em relação ao voto de Fux.
Alexandre de Moraes falando que o Luiz Fux fez ele perder o jogo do Corinthians kkkkkkkkkkkkkkkkkk pic.twitter.com/NR65R9qz4s
— Matheus (@matheuscaseca) September 11, 2025
A sala estava lotada, com a presença de imprensa internacional, governistas como Ivan Valente e Lindbergh Farias, e a ausência de parlamentares de direita.
Por volta das 16h54, Fux começou a conversar discretamente com Flávio Dino, demonstrando um clima mais descontraído até o fim da sessão, que não teve intervalos.
Após o veredito, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, apareceu e assumiu simbolicamente a função de secretário do julgamento, gerando brincadeiras de Moraes.
Com a condenação, Bolsonaro foi punido também por organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. O regime inicial é fechado, e a sentença histórica marca a primeira punição penal a um ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe.