
Uma foto de um cheque sugere que Jeffrey Epstein teria “vendido” uma mulher a Donald Trump por US$ 22.500. A imagem faz parte de um scrapbook do 50º aniversário de Epstein e mostra o condenado por crimes sexuais segurando o cheque com a assinatura de “DJ Trump”, junto de Joel Pashcow, sócio do resort Mar-a-Lago, e uma terceira pessoa, aparentemente uma mulher, com o rosto censurado na foto.
A legenda, atribuída a Pashcow, diz: “Jeffrey mostrando sua vocação para dinheiro e mulheres! Vendida para Donald Trump por US$ 22.500”.
O cheque traz a assinatura “DJ Trump”, escrita de maneira diferente da que o então empresário costumava usar. Segundo reportagem do Wall Street Journal, a mulher seria alguém com quem Epstein e o futuro presidente socializavam nos anos 1990.
O advogado dela afirmou ao jornal que ela cortou relações com Epstein por volta de 1997, não teve relacionamento amoroso com nenhum dos dois, não conhece Pashcow e desconhecia a carta, que classificou como uma “farsa repugnante e profundamente perturbadora”.
Pashcow aparece em registros de voos de Epstein e é descrito como residente de Palm Beach, Flórida, e membro administrador da Nassau Capital, empresa de investimentos em imóveis e valores mobiliários, desde abril de 2006.
O scrapbook teria sido compilado por Ghislaine Maxwell, associada de Epstein, condenada por tráfico sexual e sentenciada a 20 anos de prisão em 2022. A divulgação do material ocorre em meio à pressão sobre a administração Trump pela transparência de arquivos relacionados a Epstein.
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu divulgar a lista completa de clientes do financista, mas o Departamento de Justiça afirmou, após sua posse, que nenhum registro desse tipo existia. O presidente dos EUA passou a classificar a polêmica sobre Epstein como uma “farsa democrática”.
Trump e Epstein eram amigos de longa data, mas se desentenderam em 2004, quando o ex-presidente afirmou que Epstein teria “roubado” funcionários do spa do Mar-a-Lago, incluindo Virginia Giuffre, posteriormente vítima de abuso pelo financista. Epstein se declarou culpado em 2008 por solicitar prostituição de menor e morreu em 2019, preso, aguardando julgamento por tráfico sexual.
Ao longo dos anos, Trump foi diversas vezes associado a condutas de assédio e degradação de mulheres. Em 2016, foi gravado dizendo que sua fama permitia fazer “qualquer coisa” com mulheres, incluindo “agarrá-las pela vagina”.
Ele negou todas as acusações de assédio. Entre 2023 e 2024, tribunais civis o consideraram responsável por abuso sexual da escritora E. Jean Carroll na década de 1990 e posterior difamação, com um tribunal de apelação decidindo recentemente que Trump não pode alegar imunidade presidencial para evitar pagar US$ 83,3 milhões em indenização.