Um ano após a privatização da Sabesp, promovida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), os resultados são claros: lucro recorde para acionistas e mais problemas para a população. Enquanto o lucro líquido da empresa disparou 78% em 2025, as queixas de consumidores sobre cobranças indevidas e aumento abusivo das tarifas explodiram em toda a Região Metropolitana.
O Sintaema recebeu denúncias de moradores da capital e de Barueri sobre contas de água que aumentame em 25 vezes o seu valor em menos de seis meses.
Esse é o caso de uma moradora de Barueiri (SP), PCD, que acionou o SIndicato, enviou sua conta e mostrou que em janeiro ela pagava em média R$ 80 e agora – em junho – sua conta pulou para R$ 3.615,10.
Situações em que famílias que já sofrem com serviços precários agora são penalizadas com tarifas impagáveis, confirmando a lógica da privatização defendida por Tarcísio de Freitas: transformar um bem essencial em fonte de enriquecimento para poucos.
Quem ganhou com a venda?
Com a entrega da Sabesp à iniciativa privada, bancos, fundos de investimento e grandes acionistas passaram a controlar a empresa. São eles que hoje comemoram lucros bilionários, enquanto a população trabalhadora enfrenta:
- contas de água cada vez mais caras,
- demora no atendimento,
- cortes no quadro de funcionários que afetam a qualidade do serviço,
- e multas ambientais milionárias, como o vazamento de esgoto no Rio Pinheiros, que custou R$ 23 milhões à empresa.
Não por acaso, a reputação da Sabesp despencou: no site Reclame Aqui, a nota da companhia caiu de 6,3 em 2023 para apenas 4,4 em 2025, sendo classificada como “não recomendada”.
Água é direito, não mercadoria
O governo Tarcísio e os acionistas lucram, mas quem paga essa conta é o povo paulista. A Sabesp deveria garantir água de qualidade e tarifa justa para todos, mas hoje seu objetivo é apenas satisfazer a expectativa de rentabilidade dos investidores.
O Sintaema denuncia essa lógica perversa e reafirma sua luta em defesa de uma Sabesp pública, com investimentos em infraestrutura, novos sistemas de tratamento e atendimento digno para a população. Água não é negócio: é direito humano essencial.