O volume de vendas do varejo avançou 8,1% em maio em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Em maio, as vendas no comércio varejista no país cresceram 1,2% na comparação com o mês anterior. Os resultados do setor foram positivos em todos os meses deste ano e, com isso, o ponto mais alto da série, que havia sido registrado em abril, foi deslocado para maio. No ano, há alta acumulada de 5,6% e em 12 meses, de 3,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (11) pelo IBGE.

Vendas avançam 8,1% em relação a maio de 2023

Na comparação com maio do ano passado, o volume de vendas do varejo avançou 8,1%. Essa alta foi disseminada por cinco das oito atividades: outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (13,6%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,5%), móveis e eletrodomésticos (2,1%) e tecidos, vestuário e calçados (2,0%).

As outras três atividades tiveram resultados negativos: livros, jornais, revistas e papelaria (-8,9%), combustíveis e lubrificantes (-3,2%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,2%).

“Esse crescimento de 8,1% é bem consistente e só se assemelha a fevereiro deste ano. Hiper e supermercados, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram ganhos mais pronunciados, de dois dígitos, e ajudaram a manter esse ritmo de crescimento mais forte”, avalia Cristiano.

Na mesma comparação, o varejo ampliado também teve alta (5,0%). Apenas umas das atividades adicionais registrou crescimento nessa comparação: veículos e motos, partes e peças (10,6%). Material de construção (-1,5%) e atacado de produtos alimentícios, bebida e fumo (-8,2%) recuaram.

***

“Em 2024, o varejo registrou cinco pontos positivos, com atingimento do nível recorde da série a partir de março, que se renovou em abril e maio. Esse desempenho dos últimos meses está muito focado em hiper e supermercados e artigos farmacêuticos, que também atingiram seus níveis máximos em maio. Com isso, o acumulado do ano é de 5,6%, enquanto, por exemplo, quando observamos todo o ano de 2023, o acumulado foi de 1,7%. Então é um resultado bastante positivo”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Cinco das oito atividades pesquisadas ficaram no campo positivo em maio e, dentre elas, as principais influências sobre o resultado geral foram exercidas por hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%).

“O resultado positivo foi bem disseminado, com apenas três atividades com queda. As de maior peso, como hiper e supermercados, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram. Além disso, houve questões conjunturais, como o aumento das vendas do setor de vestuário mais focadas em calçados”, diz o pesquisador.

Ele também destaca elementos macroeconômicos que influenciaram os resultados do varejo. “Em maio, houve, por exemplo, o aumento da concessão de crédito da pessoa física e o crescimento da massa de rendimento e do número de pessoas ocupadas. São fatores que levam a esse resultado global maior do que o registrado em 2023”, completa.

Foi o segundo mês seguido de alta para hiper e supermercados, que acumula ganho de 2,6% nesse período. O setor responde por 54,7% do volume de vendas no varejo.

Para o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que abarca, por exemplo, as lojas de departamento, óticas e joalherias, maio foi o quinto mês seguido de variações positivas. No ano, há ganho acumulado de 7,8%. O pesquisador lembra que esse grupamento de atividades está se recuperando após perdas intensas ao longo do ano passado, que resultou, inclusive, em fechamento de lojas físicas.

“Em 2023, a crise contábil das grandes cadeias causou a redução de unidades locais. Neste ano, observamos uma recuperação dessa atividade especialmente no início do ano, o que ajudou a segurar o varejo no campo positivo”, avalia Cristiano.

Os setores de tecidos, vestuário e calçados (2,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) também tiveram resultados positivos. No caso do primeiro segmento, a alta veio após dois meses seguidos de variações negativas.

De modo distinto, no setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, o resultado de maio representou o quarto positivo seguido nessa comparação, acumulando alta de 12,6% no período. Já no caso de livros, jornais, revistas e papelaria, a variação positiva foi precedida por dois meses seguidos no campo negativo.

Os demais setores tiveram resultados negativos: móveis e eletrodomésticos (-1,2%), combustíveis e lubrificantes (-2,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,5%).“No setor de combustíveis e lubrificantes, essa queda tem a ver com a diminuição de uma atividade de transporte no sul do país, em decorrência das enchentes”, diz.

“Em móveis e eletrodomésticos, houve duas trajetórias distintas: enquanto as vendas dos eletrodomésticos cresceram, as dos móveis caíram. Já na atividade de material para escritório, informática e comunicação, o dólar estava valorizado em relação ao real, o que afugenta as demandas do setor de informática, que são mais de produtos importados”, pontua.

No varejo ampliado, que inclui, além dessas oito atividades, os segmentos de veículos, motos, partes e peças (-2,3%), material de construção (-3,5%) e atacado especializado em produtos alimentícios, o resultado também foi positivo na comparação com abril (0,8%).

“Em maio, o crescimento do comércio varejista ampliado foi muito focado no atacado especializado em produtos alimentícios. Já o setor de veículos vem oscilando entre quedas e altas, o que faz com que o varejo ampliado também intecale os seus resultados”, explica o gerente.

Vendas crescem em 16 unidades da federação em relação ao mês anterior

Na passagem de abril para maio, 16 unidades da federação registraram alta nas vendas do varejo. Entre elas, destacaram-se Amapá (3,4%), Mato Grosso (3,0%) e Maranhão (2,2%). As outras 11 UFs ficaram no campo negativo, com destaque para os recuos de Roraima (-5,9%), do Espírito Santo (-2,6%) e do Acre (-1,7%)

No comércio varejista ampliado, nessa mesma comparação, houve resultados positivos em 13 unidades da federação e as maiores variações foram registradas por Ceará (5,3%), Amapá (3,0%) e Tocantins (2,9%). Já entre as 14 UFs no campo negativo, os recuos mais intensos foram de Roraima (-5,5%), Rondônia (-3,2%) e Rio Grande do Sul (-2,8%).

Por Umberlândia Cabral, na Agência IBGE

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 11/07/2024