Neste último domingo, 7 de julho, o portal Brasil 247 publicou uma coluna de título “Não celebre a vitória do trabalhismo inglês. A realidade é mais sombria”, assinada por Vivaldo Barbosa. A matéria, ainda que mais criticamente, uma exaltação às supostas vitórias da esquerda na Inglaterra e na França nas últimas eleições.
“A vitória do trabalhismo inglês não é uma derrota do conservadorismo, mas sim um golpe orquestrado para garantir a vitória da centro-esquerda, a ala direita do Partido Trabalhista, que compõe o mesmo setor político que o Partido Conservador, ou seja, o imperialismo.”
O teor da figura política de Keir Starmer já foi exposto de maneira aprofundada por este Diário no seguinte artigo: “É um golpe!”, diz jornalista sobre ascensão de Keir Starmer. O que houve foi um adiamento muito breve do desenrolar da crise. Assim sendo, o fortalecimento contra a extrema direita é na realidade um fortalecimento não da esquerda, mas do bloco central do imperialismo.
A sequência então é também uma farsa, sobre a política econômica da Inglaterra. A crise econômica internacional se mantém e o governo eleito, é mais um subordinado ao capital financeiro. Nesse sentido, não haverá mudança alguma na política econômica do país.
Starmer é ligado umbilicalmente ao imperialismo, e os dois casos citados o tornam evidente. Sendo o imperialismo a força política mais reacionária do planeta, não há o que comemorar.
O autor ainda afirma categoricamente que o governo será “mais conservador do que trabalhista. Assim aconteceu com o Tony Blair, que traiu o trabalhismo.” Contraditoriamente, porém, conclui dizendo: “Saudamos a vitória como derrota dos conservadores, mas seremos observadores vigilantes.”
Cabe observar a consequência de tal política: a desmobilização das bases de esquerda e dos trabalhadores. Se não há o que esperar de bom, é preciso dizê-lo claramente às massas. Elas o perceberão inevitavelmente, e se insurgirão contra essa política.
Conforme reine a confusão, o resultado inevitável será apenas atrasado. Até lá, contudo, a destruição das condições de vida dos trabalhadores, as guerras, a exploração e colonização dos países atrasados fará mais vítimas.
Não há razões para comemorar, mas para mobilizar imediatamente os trabalhadores na luta por seus próprios interesses. Uma fantasia eleitoral pode ser um sonho doce, mas não perdurará, e o incremento do desamparo da classe operária será o único resultado da política de um setor da esquerda de não encarar a realidade de frente.