
A Casa Branca confirmou a suspensão do envio de mísseis e sistemas de defesa aérea à Ucrânia, em meio à crescente ofensiva russa. A medida foi tomada após uma revisão dos estoques do Pentágono e coincide com a aprovação de um novo pacote militar de US$ 500 milhões para Israel.
Apesar da escalada dos ataques em Kiev e em outras cidades ucranianas, o governo dos EUA alegou que a decisão foi tomada para “colocar os interesses americanos em primeiro lugar”. A paralisação atinge itens cruciais, como os mísseis Patriot e munições de precisão, que vinham sendo utilizados pelas forças ucranianas contra ataques aéreos.
Segundo fontes ligadas ao Departamento de Defesa, as reservas norte-americanas desses armamentos estariam em níveis críticos. Mesmo com o recente encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, o envio de novos sistemas de defesa continua incerto.

A suspensão gerou críticas de parlamentares aliados da Ucrânia no Congresso dos EUA. A deputada Marcy Kaptur, copresidente do Comitê de Apoio à Ucrânia, alertou que a medida “resultará na morte iminente de muitos civis e militares ucranianos”. O recuo acontece no momento em que a Rússia intensifica seus bombardeios, com o maior ataque aéreo desde o início da guerra.
Enquanto isso, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que o foco agora será reforçar as prioridades militares domésticas e garantir armamentos para aliados como Israel. A transferência de parte dos estoques para Tel Aviv já está em andamento, fortalecendo a política de apoio irrestrito do governo Trump ao país no Oriente Médio.
BREAKING: White House confirms it has halted weapons that Ukraine was scheduled to receive, including PAC3 Patriots, 155mm artillery rounds, GMLRS, Stinger, AIM-7, and Hellfire missiles.@AnnaKelly47 tells me: “This decision was made to put America’s interests first following a…
— Nick Schifrin (@nickschifrin) July 1, 2025
O congelamento parcial da ajuda à Ucrânia também sinaliza uma mudança estratégica da atual administração, que defende um “acordo negociado” com Moscou.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, já vinha dando sinais de distanciamento em relação à coordenação de esforços internacionais em apoio a Kiev, inclusive deixando de comparecer às reuniões do grupo criado para esse fim.
Com mais de US$ 66 bilhões em ajuda militar fornecidos desde 2022, os EUA demonstram agora um realinhamento geopolítico. Para analistas internacionais, o movimento evidencia uma prioridade clara da gestão Trump: apoiar aliados estratégicos no Oriente Médio, mesmo que isso signifique enfraquecer a resistência ucraniana diante do avanço russo.