Os presidentes Donald Trump, dos EUA, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia. Reprodução

A Casa Branca confirmou a suspensão do envio de mísseis e sistemas de defesa aérea à Ucrânia, em meio à crescente ofensiva russa. A medida foi tomada após uma revisão dos estoques do Pentágono e coincide com a aprovação de um novo pacote militar de US$ 500 milhões para Israel.

Apesar da escalada dos ataques em Kiev e em outras cidades ucranianas, o governo dos EUA alegou que a decisão foi tomada para “colocar os interesses americanos em primeiro lugar”. A paralisação atinge itens cruciais, como os mísseis Patriot e munições de precisão, que vinham sendo utilizados pelas forças ucranianas contra ataques aéreos.

Segundo fontes ligadas ao Departamento de Defesa, as reservas norte-americanas desses armamentos estariam em níveis críticos. Mesmo com o recente encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, o envio de novos sistemas de defesa continua incerto.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Kobi Gideon

A suspensão gerou críticas de parlamentares aliados da Ucrânia no Congresso dos EUA. A deputada Marcy Kaptur, copresidente do Comitê de Apoio à Ucrânia, alertou que a medida “resultará na morte iminente de muitos civis e militares ucranianos”. O recuo acontece no momento em que a Rússia intensifica seus bombardeios, com o maior ataque aéreo desde o início da guerra.

Enquanto isso, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que o foco agora será reforçar as prioridades militares domésticas e garantir armamentos para aliados como Israel. A transferência de parte dos estoques para Tel Aviv já está em andamento, fortalecendo a política de apoio irrestrito do governo Trump ao país no Oriente Médio.

O congelamento parcial da ajuda à Ucrânia também sinaliza uma mudança estratégica da atual administração, que defende um “acordo negociado” com Moscou.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, já vinha dando sinais de distanciamento em relação à coordenação de esforços internacionais em apoio a Kiev, inclusive deixando de comparecer às reuniões do grupo criado para esse fim.

Com mais de US$ 66 bilhões em ajuda militar fornecidos desde 2022, os EUA demonstram agora um realinhamento geopolítico. Para analistas internacionais, o movimento evidencia uma prioridade clara da gestão Trump: apoiar aliados estratégicos no Oriente Médio, mesmo que isso signifique enfraquecer a resistência ucraniana diante do avanço russo.

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Last Update: 02/07/2025