A campanha interna das autoridades iranianas contra a espionagem sionista continua a todo vapor mesmo após o cessar-fogo entre Irã e “Israel”, firmado em 24 de junho. No final da noite do dia 25, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica anunciou a prisão de 26 agentes israelenses na província de Khuzestão, no sudoeste do país.
Segundo o vice-chefe de Relações Públicas da Guarda Revolucionária, foram apreendidos equipamentos militares, dispositivos de comunicação e instrumentos de espionagem com os suspeitos. A operação é parte de uma ofensiva nacional mais ampla contra a rede de inteligência sionista, norte-americana e britânica, que atuou ativamente durante a guerra.
Em comunicado anterior, o Ministério da Inteligência do Irã revelou ter identificado agentes ligados ao Mossad, à CIA e ao MI6 em diversas regiões do território nacional. A nota aponta que a investigação se baseou em múltiplas redes de coleta de informações confidenciais e estratégicas, e qualificou a ação como “uma batalha feroz com os inimigos nas camadas ocultas da linha de frente”.
Ainda na capital, Teerã, um espião foi preso dentro do metrô, conforme anunciou o porta-voz das Forças de Segurança Interna, brigadeiro-general Montazer al-Mahdi. Ao confiscar seu celular, as autoridades constataram que o indivíduo havia gravado e fotografado instalações militares sensíveis com auxílio de um microchip, enviando o material a números não identificados. Também foram encontradas instruções em hebraico no aparelho.
Os desdobramentos se somam à execução de três cidadãos iranianos acusados de colaboração com serviços de inteligência estrangeiros. Edris Aali, Azad Shojaee e Rasoul Ahmad foram enforcados na manhã de quarta-feira, após condenação por espionagem e cooperação com “governos estrangeiros e com o regime sionista”.
Durante os 12 dias de conflito, “Israel” infiltrou uma rede de agentes dentro do Irã, encarregada de montar e lançar aeronaves com o objetivo de driblar os sistemas de defesa aérea iranianos e atingir alvos estratégicos. Antes mesmo do início oficial da guerra, o Mossad havia montado fábricas clandestinas de veículos aéreos não tripulados (VANTs) e centros de lançamento em solo iraniano. No dia 13 de junho, essas estruturas foram ativadas em apoio à ofensiva militar sionista.
Cerca de uma semana antes do cessar-fogo, forças iranianas interceptaram um prédio de três andares nos arredores de Teerã, onde funcionava um laboratório secreto de montagem de explosivos e VANTs. Um dia antes da trégua, a imprensa iraniana noticiou a apreensão de 10 mil VANTs empregados por agentes infiltrados desde o início da campanha sionista.
Mesmo após a interrupção dos combates, a guerra invisível continua, com o Irã desmantelando as estruturas subterrâneas deixadas pelo aparato de espionagem imperialista. O Estado iraniano segue prometendo novas revelações nos próximos dias sobre a extensão dessa infiltração.