
A brasileira Caroline Dias Gonçalves ficou presa por 16 dias nos Estados Unidos e foi solta na última sexta (20) sob pagamento de fiança. Ela foi detida pelo serviço de imigração do país (ICE) em 5 de junho, enquanto dirigia para Utah, estado vizinho ao Colorado, onde planejava visitar amigos.
A jovem tem 19 anos e vive nos Estados Unidos desde os 7. Sua família entrou no país com um visto turístico de seis meses, mas ficou além do prazo, recorrendo a um pedido de asilo político que ainda aguarda uma decisão da Justiça.
Caroline é aluna bolsista de enfermagem na Universidade de Utah e trabalha na região. Ela recebeu autorização para buscar emprego, carteira de motorista limitada e números de Seguro Social ao entrar com o pedido de asilo, há três anos, e não possui antecedentes criminais.
A brasileira ficou presa no centro de detenção em Aurora, no Colorado, e afirmou que a alimentação no local era precária, com itens como pão molhado e refeições encharcadas. Ela relata que há uma diferença de tratamento entre imigrantes presos que falam inglês e os que não falam.
“No momento em que perceberam que eu falava inglês, notei uma mudança. De repente, fui tratada melhor do que outras pessoas que não falavam inglês. Isso partiu meu coração. Porque ninguém merece ser tratado assim. Não em um país que chamo de lar desde os 7 anos de idade e que é tudo o que eu conheço”, contou.

Tricia McLaughlin, secretária adjunta de Assuntos Públicos do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês), classificou a brasileira como “uma imigrante ilegal do Brasil” cujo visto “expirou há mais de uma década”.
“O presidente Trump e a secretária Kristi Noem [do DHS] estão comprometidos em restaurar a integridade do programa de vistos e garantir que ele não seja abusado como um passe-livre para estrangeiros permanecerem nos EUA”, disse McLaughlin.
Após ser liberada, Caroline fez um apelo a autoridades americanas para obter permissão para ficar no país. “Imigrantes, como eu, não estão pedindo nada de especial. Apenas uma chance justa de ajustar nosso status imigratório, de nos sentirmos seguros e de continuar construindo as vidas pelas quais tanto lutamos neste país que chamamos de lar”, solicitou.