O consumo de cerveja no Brasil está prestes a atingir um novo recorde. A expectativa é que, em 2025, o volume ultrapasse 8,3 bilhões de litros.
Com esse resultado, o país deve se consolidar como um dos maiores mercados globais da bebida.
Esse crescimento reflete uma transformação no perfil do consumidor brasileiro, que busca mais diversidade, qualidade e alternativas com menor teor alcoólico.
Além disso, dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apontam que o mercado de cervejas premium deve movimentar mais de R$ 80 bilhões em 2025.
Esse valor representa uma alta de aproximadamente 50% em cinco anos.
Consumo per capita e tendências de comportamento
Além do volume total, o consumo per capita segue em expansão.
Hoje, cada brasileiro consome, em média, mais de 60 litros de cerveja por ano.
Embora o país ainda esteja atrás de Alemanha e República Tcheca nesse indicador, ocupa posição de destaque ao lado de China e Estados Unidos no volume geral.
Esse avanço acompanha mudanças de comportamento do consumidor.
A busca por experiências diferenciadas, rótulos sustentáveis e bebidas com menor teor alcoólico tem ganhado força entre diferentes faixas etárias e perfis de consumo.
Crescimento das cervejas sem álcool
Outro destaque é o aumento expressivo na procura por cervejas sem álcool.
De 2018 a 2023, o volume consumido dessa categoria quintuplicou, alcançando quase 700 milhões de litros.
A projeção para 2025 indica um novo salto.
Segundo levantamento da Euromonitor International, o Brasil deve superar 780 milhões de litros de cerveja sem álcool.
Com isso, o país deve se tornar o segundo maior mercado global desse segmento, atrás apenas da Alemanha.
Esse movimento reflete uma preocupação crescente com saúde e equilíbrio.
Além disso, marcas tradicionais perceberam o potencial desse novo nicho.
Produtos como Heineken 0.0, Brahma 0.0 e Corona Cero ganharam espaço nas prateleiras e conquistaram um público diverso.
Esse público vai de jovens que evitam álcool a esportistas e motoristas que não querem abrir mão do ritual do brinde.
Disputa de mercado entre grandes fabricantes
Em paralelo ao crescimento do consumo, o Brasil assumiu papel estratégico para os maiores grupos cervejeiros do mundo.
A Heineken, por exemplo, já considera o país como seu principal mercado global.
A posição supera regiões como México e Estados Unidos.
O crescimento da Heineken 0.0 reforça essa tendência.
Atualmente, a versão sem álcool representa cerca de 5% das vendas da marca no país.
Ao mesmo tempo, a Ambev mantém sua liderança histórica.
A companhia investe em inovação e diversificação de portfólio.
Marcas como Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia seguem populares.
No entanto, é nas linhas especiais, como Colorado, Wäls e Goose Island, que a empresa busca fidelizar consumidores mais exigentes.
Avanço das cervejarias artesanais
Outro fator que movimenta o setor é a presença crescente das microcervejarias.
Hoje, já são quase duas mil operações registradas no Brasil.
Embora respondam por uma fatia pequena do mercado, essas empresas têm papel relevante na educação do consumidor.
Elas também ajudam a introduzir estilos como IPA, weiss e sour no mercado nacional.
Em bares e pubs especializados, o investimento em equipamentos como cervejeiras reforça o cuidado com a experiência do cliente.
Com isso, o consumidor passa a ter acesso a bebidas na temperatura ideal e com maior variedade de rótulos.
Desafios e sustentabilidade
Por outro lado, o crescimento do setor não ocorre sem desafios.
O aumento dos custos de produção, embalagens e logística pressiona os preços finais.
Esse cenário pode dificultar o acesso de consumidores de menor renda.
Além disso, o consumo abusivo da bebida segue como preocupação de saúde pública.
Mesmo com a expansão das versões sem álcool e com campanhas de consumo responsável, o Brasil deve registrar aumento no consumo de álcool até o fim da década.
Essa previsão é da Organização Mundial da Saúde.
Diante disso, a indústria cervejeira busca equilibrar inovação, responsabilidade social e sustentabilidade.
Caminhos para o futuro
Diante de todas essas tendências, o setor cervejeiro brasileiro tem buscado soluções.
O avanço das cervejas zero álcool, a valorização dos rótulos premium e o fortalecimento das cervejarias artesanais indicam que o mercado segue em transformação.
A expectativa é de que, com mais diversidade e atenção ao comportamento do consumidor, o setor mantenha seu crescimento.
Além disso, o Brasil reforça sua posição como potência mundial no segmento.