
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que decidirá “em duas semanas” se o país entrará formalmente no conflito entre Israel e Irã. A declaração foi feita durante coletiva na Casa Branca, onde foi discutida a possibilidade de um ataque estadunidense à instalação nuclear de Fordow, no Irã.
A porta-voz presidencial Karoline Leavitt afirmou que Trump ainda considera negociações com o Irã antes de qualquer decisão militar. No entanto, fontes próximas ao presidente revelaram à CBS, dos EUA, que ele acredita ser necessário “destruir Fordow” para desativar o programa nuclear iraniano. “Ele acredita que não há muita escolha”, disse uma fonte.
O correspondente-chefe da BBC na América do Norte, Gary O’Donoghue, interpretou o prazo de duas semanas como uma “janela diplomática” que se abre. “Haverá muitos que respirarão, pelo menos parcialmente, aliviados com esse hiato, embora outros adotem uma abordagem muito mais de ‘esperar para ver’”, comentou.
Do lado iraniano, o vice-ministro das Relações Exteriores Saeed Khatibzadeh advertiu que o envolvimento americano criaria “um inferno para toda a região”. “Acreditamos que essa guerra não é uma guerra americana”, disse em entrevista à BBC.

Khatibzadeh acusou Israel de iniciar o conflito “com base em especulações” e negou que o Irã desenvolva armas nucleares, apesar dos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica sobre enriquecimento de urânio a 60%.
Enquanto isso, a tensão na região continua a crescer. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que o líder supremo iraniano Ali Khamenei “não pode mais existir”, após o Hospital Soroka em Israel ser atingido por mísseis iranianos. O ataque deixou 271 feridos, incluindo idosos em estado grave.
Genocídio em Gaza continua
Paralelamente ao conflito Israel-Irã, a violência continua em Gaza, onde pelo menos 12 palestinos foram mortos perto de um posto de assistência humanitária. O incidente ocorre no contexto da crescente crise humanitária na região, com distribuição de ajuda sendo alvo de constantes confrontos.
Números da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), agência de desenvolvimento e ajuda humanitária da ONU, apontam que mais de 100 mil pessoas já podem ter morrido em Gaza.