
Em uma nova escalada na política migratória dos Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump estuda impor restrições de visto ou entrada a cidadãos de mais 36 países, segundo um memorando do Departamento de Estado obtido pelo The Washington Post.
A medida amplia significativamente a ordem executiva emitida no início de junho e inclui nações africanas, caribenhas, asiáticas e do Pacífico, entre elas, parceiros tradicionais dos EUA, como Egito e Djibuti.
O documento, assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio, foi enviado a diplomatas norte-americanos no sábado (14) e estabelece que os países listados têm até quarta-feira (18), às 8h, para apresentar um plano inicial que atenda aos novos critérios exigidos pelo governo dos EUA. Caso não cumpram os requisitos em até 60 dias, podem ser alvo de sanções migratórias.
Entre os motivos apontados para possíveis sanções estão falhas na emissão de documentos confiáveis, ausência de autoridades cooperativas, altos índices de fraude governamental, e um número expressivo de cidadãos que excedem o tempo permitido de permanência com visto nos Estados Unidos.

Outros fatores incluem a concessão de cidadania por investimento, sem exigência de residência, além de alegações de condutas antissemitas e antiamericanas. O memorando também indica que acordos para receber deportados de terceiros países ou a assinatura de tratados de “país seguro” podem funcionar como atenuantes para os governos listados.
A nova lista inclui: Angola, Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Camboja, Camarões, Costa do Marfim, Egito, Etiópia, Gana, Djibuti, Gabão, Guiné, Libéria, Malaui, Mauritânia, Níger, Nigéria, Sudão do Sul, Síria, Tanzânia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue, entre outros. A expansão amplia o escopo da medida anterior, que já restringia viagens de cidadãos de países como Afeganistão, Haiti, Irã, Líbia e Somália.
Críticos da medida, incluindo parlamentares democratas e organizações de direitos civis, classificam as ações como discriminatórias e xenofóbicas. Eles relembram a primeira versão da política de Trump durante seu mandato inicial, que tentou barrar cidadãos de países de maioria muçulmana e causou protestos e caos em aeroportos.
Embora tenha sido revogada sob a gestão Biden, Trump prometeu durante sua campanha de reeleição reinstaurar e expandir a medida. Já no primeiro dia de seu novo mandato, a Casa Branca emitiu uma ordem para que agências federais identificassem países com falhas em processos de verificação e segurança, que justifiquem restrições de entrada em território americano.