A jornalista brasileira Danuza Mattiazzi, que mora há três meses em Tel Aviv, deu entrevista à GloboNews em meio à guerra entre Israel e Irã.
Contou suas agruras à apresentadora Bárbara Carvalho, que quis saber, numa pergunta interminável, como era a rotina da colega. Talvez esperasse cenas de horror e tensão, mais ou menos parecidas com o genocídio em Gaza. Mais ou menos.
“Uma amiga ficou sem internet em um safe room, um abrigo subterrâneo”, começou Danuza. Não por muito tempo, ressalvou.
No mercado, houve um desabastecimento que ela “nunca viu acontecer” — de húmus, “essa pasta tradicional da cozinha do Oriente Médio, feita de grão de bico”, explica ela.
“Temos aqui sempre muitas prateleiras cheias de húmus, muitos pacotes e marcas e hoje essa parte do supermercado, pelo menos aqui ao lado, que é um grande supermercado, estava vazia”.
O relato foi ficando mais dramático. “Também não tinha mais leite, apenas leite vegetal, não tinha mais leite animal. E também pepino, que é outra coisa muito útil, outro alimento muito utilizado aqui na culinária do Oriente Médio”.
Não foi só isso. “Tomates também, tomate-cereja, esses alimentos que você sabe, que são tradicionais, como o nosso feijão e arroz. Já estão faltando ovos também, não tinha mais nenhuma caixa de ovos. Bananas também, tinha apenas algumas ali perdidas”.
Mas o que emocionou Bárbara foi a coragem do povo. “Conversei ali com os funcionários porque eles trabalhavam tranquilos, um escutando música, o outro conversando no celular. E perguntei: ‘Como é quando toca sirene?’ E ele falou: ‘Por que não? A gente corre para o abrigo e tal, tá tranquilo’. E aí eu fiquei impressionada com essa resiliência desses trabalhadores”.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou, neste sábado (14), a morte de 41 pessoas em operações israelenses, 23 das quais, de acordo com a agência, morreram enquanto aguardavam a distribuição de ajuda alimentar.
O número de palestinos mortos na vizinhança do supermercado de Danuza já ultrapassa 50 mil.
“Sensação inenarrável de pavor”, diz a jornalista brasileira Danuza Mattiazzi, que mora há três meses em Tel Aviv. Ela conta como foi o início do procedimento de segurança depois que Israel começou a bombardear o Irã e passou a sofrer o revide. “O domo de ferro era extremamente… pic.twitter.com/lCJkWn2nBv
— GloboNews (@GloboNews) June 14, 2025
