Após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira 9, o tenente-coronel Mauro Cid solicitou dispensa de comparecimento aos demais interrogatórios marcados para esta semana no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado.
O pedido foi encaminhado ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e é assinado por seus advogados Cezar Bitencourt, Vânia Bitencourt e Jair Alves Pereira. No documento, a defesa argumenta que Cid “já prestou depoimento, não tendo mais nada a acrescentar ou esclarecer ao Juízo”, mas ressalta que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) permanece à disposição do Supremo para qualquer eventual necessidade de esclarecimento.
Durante seu depoimento, Mauro Cid detalhou reuniões no Palácio da Alvorada em que foram discutidas medidas como estado de sítio, convocação de novas eleições por meio de um “conselho eleitoral” e até a prisão de ministros do STF. Também afirmou que o general Braga Netto teria financiado uma trama para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
A oitiva de Mauro Cid abriu a sequência de interrogatórios presenciais dos réus envolvidos na trama golpista, que se estenderá até sexta-feira 13. Os depoimentos incluem nomes como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Walter Braga Netto (por videoconferência) e o próprio Jair Bolsonaro, que deverá ser ouvido terça 10 ou quarta-feira 11.