O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para adiar o interrogatório dele na ação da trama golpista. A oitiva está marcada para a semana que vem.
Os advogados solicitaram o adiamento do interrogatório até a conclusão dos depoimentos de testemunhas indicadas por integrantes dos outros núcleos da trama golpista. O ex-capitão integra o chamado núcleo crucial, e há outros quatro com investigações em andamento.
Para Moraes, o pedido não se justifica, já que, se os depoimentos dessas pessoas fossem importantes, elas teriam sido arroladas como testemunhas pelo ex-presidente.
“Não há justificativa legal, nem tampouco razoabilidade, em se suspender a realização dos interrogatórios da presente ação penal para aguardar a oitiva de testemunhas arroladas em outras ações penais e que, jamais foram consideradas necessárias, pertinentes e importantes pela Defesa de Jair Messias Bolsonaro, que repita-se, poderia tê-las arrolado, uma vez que, das 40 (quarenta) testemunhas possíveis, somente apresentou 9 (nove) testemunhas”, justificou Moraes ao negar o pedido.
A defesa de Bolsonaro já havia protocolado um pedido similar para atrasar o andamento do processo. A tentativa, que também foi barrada por Moraes, alegava que os advogados ainda não haviam analisado todas as provas.
O núcleo crucial da trama golpista tem outras sete pessoas, além de Bolsonaro. Na última segunda-feira 2, o STF finalizou a etapa de depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação sobre esse grupo. Moraes agendou para o período entre 9 e 13 de junho (segunda e sexta-feira da próxima semana) o interrogatório dos oito réus.