O presidente Lula (PT) fez duras críticas à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e à omissão das potências globais diante da escalada da violência, durante discurso em Paris nesta quinta-feira (5). Em tom firme, Lula afirmou que o que se vê no território palestino é um “genocídio” e que é urgente uma resposta internacional concreta.
“É importante que as potências mundiais deem logo um basta nisso. Não pode a ONU ficar dizendo de um cessar-fogo e não se respeita um cessar-fogo. Estamos vendo um genocídio na nossa cara todo o santo dia”, disse o presidente. Ele mencionou que, na quarta-feira (4), 95 pessoas foram mortas e “todos inocentes e todos civis. Não tem nenhum chefe do Hamas”.
Críticas diretas a Netanyahu
Lula voltou a apontar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, como responsável direto pela tragédia. “Não é possível a gente aceitar uma guerra que não existe, e sim um genocídio premeditado de um governante de extrema-direita que está fazendo uma guerra contra os interesses do seu próprio povo”, afirmou.
A crítica se soma a outras já feitas por Lula desde o início da ofensiva militar israelense, que ele considera desproporcional e voltada principalmente contra civis. O presidente brasileiro defende de forma enfática uma solução baseada na criação de dois Estados, Israel e Palestina, convivendo lado a lado, com segurança, soberania e fronteiras reconhecidas.
Resposta à nota da Embaixada de Israel
As declarações de Lula ocorrem também após novo atrito diplomático. Na terça-feira (2), o presidente reagiu a uma nota divulgada pela Embaixada de Israel no Brasil, que, sem citar nomes, acusou autoridades internacionais de “comprarem mentiras” do Hamas. Lula rebateu: “Israel precisa parar com o vitimismo”.
Macron fala em “dias decisivos”
O presidente francês Emmanuel Macron também comentou o agravamento da crise em Gaza. Segundo ele, os próximos dias serão “decisivos” para uma possível trégua. Macron prometeu intensificar os esforços para pressionar por um cessar-fogo e garantir a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
