O presidente da CTB, Adilson Araújo, participou nesta quarta-feira (04), em São Paulo, de uma reunião com o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, ao lado dos presidentes de outras centrais sindicais e acompanhado por Rolando Medeiros, diretor de Administração do Sindsprev e membro do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), e Cristiane Gerardo, também diretora do Sindsprev.
“Estamos no mesmo campo”
O encontro com os sindicalistas foi uma resposta à nota crítica das centrais sindicais sobre a suspensão de conselheiros do CNPS no rastro do escândalo dos descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões, iniciativa que foi tomada pelo governo sem uma consulta prévia aos representantes da classe trabalhadora.
“O ministro demonstrou abertura para o diálogo e afinidade com as centrais em defesa da Previdência e dos aposentados e pensionistas”, afirmou o presidente da CTB. “Ficou demonstrado que estamos no mesmo campo. Wolney Queiroz relatou sua trajetória política ao lado das forças populares e revelou identidade com nossa luta em defesa da classe trabalhadora. Foi uma reunião muito positiva”.
Fortalecimento do INSS
O líder classista enfatizou a necessidade de “fortalecer o INSS”, que foi sensivelmente enfraquecido ao longo dos governos Temer e Bolsonaro.
“O INSS já contou com 36 mil servidores, hoje tem apenas 19 mil, enquanto os serviços aumentaram junto com o número de beneficiários, aposentados e pensionistas, que já somam 41 milhões de pessoas”, observou.
Novos concursos
Para sanar o problema, disse, “é indispensável realizar novos concursos públicos”, além de intensificar o diálogo entre o governo e os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras.
Araújo ressaltou que a Previdência Social é o maior programa de redistribuição da renda nacional em benefício do povo, sendo também essencial para o desenvolvimento nacional e, em especial, as economias dos municípios brasileiros.
Relevância econômica
Em nada menos do que 65% dos municípios do país a renda auferida e consumida por aposentados e pensionistas é superior ao valor repassado pelo Fundo de Amparo aos Municípios. “São recursos fundamentais para movimentar as economias locais”, afirmou.
Apesar da relevância para a economia e o desenvolvimento nacional, a Previdência Pública é alvo de uma poderosa ofensiva das forças conservadoras que querem privatizar o sistema de aposentadorias.
Impedir a privatização
Este objetivo ficou evidente na tentativa do bolsonarista Paulo Guedes, felizmente frustrada, de introduzir o regime de capitalização, transferindo a administração da Previdência aos bancos privados, a exemplo do que foi feito no Chile, onde hoje a maioria dos aposentados e pensionistas recebem menos da metade do salário mínimo.
“Precisamos unir as forças progressistas contra esta tentativa de desmoralização, desmonte e privatização da Previdência”, acentuou o presidente da CTB.
Descontos ilegais
Os descontos ilegais cobrados de aposentados e acionistas foi outro tema abordado na reunião. Conforme Rolando Medeiros, diretor do Sindsprev que é o representante da CTB no CNPS, “é preciso proteger a Previdência Social, investigar e punir o comportamento criminoso e também separar o joio do trigo, pois nem todas as entidades representativas dos aposentados praticaram o desvio de recursos, que totaliza bilhões de reais”.
“São 45 entidades que firmaram cooperação técnica com o INSS e apenas 14 estão sendo investigadas, pois existem muitas entidades sérias, que prestam relevantes serviços aos aposentados e pensionistas”, sustentou.
Defesa enfática da Contag
Por seu turno, o presidente da CTB manifestou preocupação semelhante e fez questão de reiterar a defesa da Contag durante o encontro.
“A Contag é uma entidade seríssima. Tem uma longa e exemplar história de transparência, dignidade e luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e, portanto, não pode ser confundida com as entidades picaretas que foram criadas em 2019, durante o governo neofascista de Jair Bolsonaro, para roubar aposentados e pensionistas”, assinalou Adilson Araújo.
