A recente declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comparando moradores de rua a veículos estacionados em local proibido, gerou uma onda de indignação. Em entrevista à rádio Jovem Pan, na última quinta-feira (5), Zema defendeu a criação de uma lei que permitisse a remoção dessas pessoas da mesma forma que se guincham carros.
Segundo ele, moradores em situação de rua atrapalham o cotidiano de cidadãos comuns, como uma idosa impedida de entrar em sua casa, além de “fazer sujeira” e “colocar vidas em exposição”.
“Temos lá moradores de ruas [sic] ainda. Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que é efetivo. É um problema em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades”, declarou o governador.
Reação
Em resposta imediata, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, usou as redes sociais para condenar duramente as palavras do governador. “A insensibilidade do governador é revoltante! Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher”, escreveu.
Para ele, o problema é mais grave do que uma simples falta de empatia: “Vivemos em MG tempos sombrios, temos um governador que deseja ter poder a qualquer preço e esquece do olhar humano. Política é cuidar de pessoas, ter empatia e gostar de gente.”
A fala de Zema evidencia um projeto de poder desconectado das reais necessidades humanas, segundo movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Parlamentares da oposição e entidades de defesa dos direitos humanos já anunciam moções de repúdio às declarações do governador.