Em seu giro por China e Japão, na última semana, o governador Romeu Zema (foto/reprodução internet) atuou em duas frentes. De um lado, fechou acordos, visitou fábricas e anunciou milhões em investimentos para Minas; de outro, aproveitou o cenário internacional para fazer política doméstica. Ao criticar os juros altos no Brasil e culpar o governo federal por isso, o político ensaiou um discurso de campanha com foco em 2026. Segundo ele, só com a saída da esquerda será possível retomar a “disciplina fiscal” e reduzir o custo do crédito.
A contradição salta aos olhos: ao mesmo tempo em que tenta convencer investidores estrangeiros de que o Estado é seguro e promissor, Zema atribui a instabilidade econômica exclusivamente à política nacional. Ao transformar a taxa de juros em símbolo da disputa entre direita e esquerda, Zema antecipa a campanha e posiciona a economia como campo de batalha eleitoral. O discurso simplista conclui que basta trocar o governo para baratear o dinheiro.
Todos nós sabemos que não é somente isso.