O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), prometeu conceder indulto a Jair Bolsonaro (PL) se for eleito presidente em 2026. O político é um dos muitos nomes que tentam atrair apoio dos eleitores do inelegível ex-capitão na disputa que se avizinha.
Ao confirmar ao jornal Folha de S. Paulo que pretende perdoar os crimes cometidos pelo ex-presidente, Zema disse não saber se a ditadura no Brasil existiu. O tema foi puxado pelo próprio governador.
“Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder [indulto a Bolsonaro]?”, respondeu Zema em entrevista publicada pelo jornal nesta quarta-feira 4.
O político do partido Novo passou então a ser questionado sobre essa posição em relação à ditadura, quando indicou novamente a interpretação de que ela existiu. “Não sei [se ela existiu], eu não sou historiador, nunca me aprofundei”, respondeu, tentando encerrar o assunto.
Mais adiante, o governador mineiro novamente apontou para uma interpretação negacionista sobre o fato histórico. Para encerrar o assunto, disse que preferia não responder se a ditadura brasileira era ou não real. “Eu prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas”, afirmou Zema.
Flertes com o regimes autoritários
Essa não é a primeira vez que o mineiro flerta com governos ditatoriais ou regimes autoritários.
Em julho de 2023, também em uma tentativa de defender Bolsonaro, Zema publicou uma frase de Benito Mussolini nas redes sociais. O ditador italiano foi o líder do fascismo. Na época, sua assessoria disse que a frase se tratava apenas de uma reflexão e que Zema não concordaria com os ideais do ditador.
Dias depois, porém, Zema voltou a compartilhar nas redes sociais uma frase de pouco apreço à democracia. Na ocasião, escreveu que o regime democrático seria aquele em que a população pode escolher seu próprio tirano. Nesse caso, não forneceu explicações sobre a sua ‘reflexão’.
Mais recentemente, o político do partido Novo viajou a El Salvador para se aprofundar na controversa política de segurança de Nayib Bukele. O político é um dos novos líderes da extrema-direita global e tem sido acusado de promover um governo autoritário, com graves denúncias de violações aos direitos humanos.
No início da semana, o salvadorenho afirmou não se importar em ser classificado como um ditador. Zema, mesmo apresentado aos indícios de opressão, elogiou a política do país.
Os presidentes Donald Trump, dos EUA, e Javier Milei, da Argentina, também receberam elogios de Zema. A dupla também é apontada, constantemente, como parte de uma classe política autoritária.