O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Foto: Reprodução

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou na última quinta-feira (22) um vídeo no qual repete um discurso divulgado há dois meses pelo presidente extremista de El Salvador, Nayib Bukele, envolvendo teorias conspiratórias sobre o combate à criminalidade.

Bukele, conhecido por sua política de segurança dura e prisões em massa, é visto como ídolo da extrema-direita. Seu discurso viralizou entre perfis de direita ao afirmar que países da América Latina, como o Brasil, têm áreas dominadas por facções criminosas porque essas organizações contam com membros infiltrados nos governos.

No vídeo, Zema usa o mesmo argumento de Bukele sobre os Estados Unidos, que, segundo ele, não possuem territórios dominados por facções criminosas, para criticar a segurança pública no Brasil.

“Vai ver se os Estados Unidos, onde o crime é muito mais rico do que aqui no Brasil, tem lá algum território onde as forças da ordem não pisam. Não tem”, afirmou o bolsonarista. “No Brasil, os criminosos muitas vezes estão dentro do governo. É por isso que o Estado brasileiro decidiu não combater o crime.”

A iniciativa de gravar o vídeo ocorre antes de uma reunião que deve acontecer na próxima semana entre Zema e Bukele.

Líderes de gangue dizem ter ajudado Bukele a chegar ao poder

Dois líderes do grupo criminoso salvadorenho “Barrio 18” revelaram ao jornal digital El Faro detalhes de uma suposta negociação que teria ajudado Nayib Bukele a chegar ao poder em El Salvador.

Segundo a investigação do jornal, em 2020 houve um alegado acordo entre Bukele e os grupos criminosos para reduzir os homicídios no país, em troca de dinheiro e privilégios para líderes presos. O presidente, no entanto, negou essa acusação.

O país da América Central tornou-se um caso internacionalmente conhecido pela repressão severa ao crime organizado, com medidas que reduziram significativamente os índices de homicídios, mas também geraram críticas por violações de direitos humanos e autoritarismo.

Carlos Cartagena, conhecido como “Charli”, líder de uma célula da facção Revolucionários do Barrio 18, contou que os grupos negociaram com dois colaboradores de Bukele, sancionados pelos Estados Unidos, para garantir apoio nas eleições de 2015, quando Bukele se tornou prefeito de San Salvador, e, posteriormente, em 2019, quando foi eleito presidente.

Segundo Cartagena, “cerca de 75%, 80% se deveu às gangues” para a vitória de Bukele, conforme relatado aos jornalistas Óscar e Carlos Martínez, em janeiro.

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Last Update: 23/05/2025