Presidente ucraniano alega captura de norte-coreanos em Kursk enquanto serviços ucranianos detêm dupla em Kyiv
A Ucrânia está interrogando dois soldados norte-coreanos capturados enquanto lutavam pela Rússia na região de Kursk, de acordo com o presidente Volodymyr Zelenskiy.
A dupla, “embora ferida, sobreviveu e foi transportada para Kyiv, onde agora está se comunicando com o Serviço de Segurança da Ucrânia”, disse Zelenskiy em uma publicação no X que incluía fotos dos supostos soldados.
Zelenskiy afirmou ter instruído o serviço de segurança ucraniano a conceder acesso aos prisioneiros para jornalistas. “O mundo precisa saber a verdade sobre o que está acontecendo”, disse ele.
Em uma publicação em seu site, o Serviço de Segurança da Ucrânia informou que um dos soldados carregava um documento de identidade militar emitido em nome de outra pessoa, registrada na região russa de Tuva, localizada entre a Mongólia e a Sibéria. O outro não possuía documentos de identificação.
Durante o interrogatório, o soldado disse ter recebido o documento de identidade na Rússia durante o outono e que entendia que estava indo para treinamento na Rússia, e não para ser enviado contra a Ucrânia, segundo o serviço de segurança.
De acordo com o serviço de segurança, nenhum dos dois homens fala russo, ucraniano ou inglês. “A comunicação com eles é realizada por meio de intérpretes de coreano, em cooperação com autoridades de segurança da Coreia do Sul.”
Falando na reunião do Grupo de Ramstein, na Alemanha, nesta semana, Zelenskiy afirmou que cerca de 4.000 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia. As estimativas não podem ser verificadas.
Autoridades norte-americanas disseram, em meados de dezembro, que a Coreia do Norte sofreu “várias centenas” de baixas em confrontos com tropas ucranianas, de um total possivelmente estimado em 12 mil soldados enviados.
Forças ucranianas lançaram há uma semana uma nova ofensiva em Kursk, onde mantêm território há vários meses.
Confira na íntegra a publicação do Serviço de Segurança da Ucrânia
As Forças de Defesa Ucranianas capturaram os primeiros militares norte-coreanos que lutam contra a Ucrânia na região de Kursk; vídeo
As Forças de Defesa Ucranianas capturaram os primeiros militares norte-coreanos que lutam pelos russos na região de Kursk. Assim, o Serviço de Segurança da Ucrânia, que investiga e arquiva os crimes relevantes, recebeu evidências indiscutíveis da participação da RPDC na guerra da Rússia contra nosso país.
Estamos falando de dois soldados norte-coreanos, um dos quais foi capturado em 9 de janeiro de 2025 por soldados do 84º Grupo Tático das Forças de Operações Especiais Ucranianas, e o outro por paraquedistas das Forças Armadas da Ucrânia.
Imediatamente após serem capturados, os estrangeiros receberam todos os cuidados médicos necessários, conforme estipulado pela Convenção de Genebra.
Eles foram levados para Kiev para executar medidas investigativas prioritárias. Eles estão sendo mantidos em condições apropriadas que atendem aos requisitos do direito internacional.
Os prisioneiros de guerra não falam ucraniano, inglês ou russo, então a comunicação com eles é feita por meio de intérpretes de coreano, em cooperação com o NIS sul-coreano.
No momento da captura, um dos estrangeiros tinha uma carteira de identidade militar russa emitida em nome de outra pessoa com registro na República de Tuva, federação russa. O outro não tinha nenhum documento.
Durante o interrogatório, o soldado da RPDC que foi encontrado com o bilhete disse ao Serviço de Segurança da Ucrânia que havia recebido o documento na Rússia no outono de 2024. Naquela época, ele disse, algumas unidades de combate da Coreia do Norte tiveram treinamento de interoperabilidade de uma semana com grupos russos.
Ele afirmou que nasceu em 2005, era atirador e servia na Coreia do Norte desde 2021. Vale ressaltar que o prisioneiro, assim como os militares russos no início da invasão em grande escala, enfatiza que ele supostamente estava indo para treinamento, não para lutar uma guerra contra a Ucrânia.
Outro prisioneiro de guerra confirmou o testemunho de seu ‘companheiro soldado’. Ele deu algumas de suas respostas por escrito porque tinha uma mandíbula machucada.
De acordo com informações preliminares, ele nasceu em 1999 e serve no exército da RPDC desde 2016 como atirador de elite.
O Serviço de Segurança da Ucrânia está atualmente conduzindo as medidas investigativas necessárias para estabelecer todas as circunstâncias da participação militar da RPDC na guerra da Rússia contra a Ucrânia. A investigação está sendo conduzida sob a orientação processual do Gabinete do Procurador-Geral sob o Artigo 437 do Código Penal da Ucrânia (planejamento, preparação, desencadeamento e condução de uma guerra agressiva).
Com informações de Bloomberg e do Serviço de Segurança da Ucrânia
