A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos fortaleceu a extrema direita em nível mundial. Em seu novo mandato, o presidente norte-americano adotou uma postura ainda mais radical, influenciando as relações comerciais globais e a política internacional. O impacto dessas políticas do governo Trumpista foi tema da conversa no Parla Podcast, do PT na Câmara, com a participação dos deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e Dandara Tonantzin (PT-MG).

Para Dandara, o crescimento da extrema direita é uma reação da elite capitalista aos avanços dos direitos das minorias e às políticas de redução das desigualdades. “Porque à medida em que nós avançamos em direitos, os privilégios vão diminuir, e essa não é uma relação tranquila na sociedade capitalista que nós vivemos”, afirmou a deputada.

Política econômica internacional

Durante a entrevista, Zarattini abordou as consequências da política econômica adotada por Trump e a rivalidade com a China. Recentemente, Trump anunciou a taxação de 25% para importações de aço e alumínio, medida que afetou o mercado brasileiro. “O governo de Trump abandona a tese do multilateralismo, uma estratégia que os Estados Unidos defenderam no pós-guerra para organizar a economia mundial a partir de seu poderio econômico. Mas Trump rompe com isso e promove uma guerra comercial sem limites, cujo principal alvo é a China. Porque a China é o país que mais cresceu na história do mundo, que está com uma economia ainda menor que a norte-americana, mas crescendo numa velocidade maior que a dos EUA”, explicou.

O deputado também ressaltou que essa disputa comercial promovida por Trump afetou aliados históricos dos EUA e alertou para o risco de aumento da inflação mundial. “Ele já impôs taxas contra a Europa, Canadá, México e até o Brasil. Isso desorganiza as relações comerciais globais e agrava os problemas gerados pela pandemia. Quando Trump taxa importações, os preços sobem e isso impacta diretamente a inflação nos Estados Unidos e em outros países”, disse.

Algoritmos das redes sociais

Outro tema abordado na entrevista foi o papel das redes sociais na ascensão da extrema direita. Para Zarattini, os algoritmos favorecem os conteúdos produzidos por figuras de direita. “Antes, a comunicação era dominada por redes de televisão e rádio. Com as redes sociais, a ideia era que qualquer pessoa pudesse publicar, tornando o ambiente democrático. Mas os algoritmos determinam o alcance das mensagens e está claro que eles favorecem a extrema direita”, criticou o parlamentar.

Combate às Fake News

Dandara ressaltou a importância de não engajar e impulsionar conteúdos de fake news da extrema direita:  “A nossa militância precisa se engajar nos nossos conteúdos, nas redes do PT, dos parlamentares, dos movimentos coletivos e de comunicação alternativa que já construímos”, disse.

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Zarattini também apontou o alinhamento político dos donos das principais big techs com Donald Trump. “O posicionamento dessas empresas ficou evidente quando os seus CEOs compareceram em peso na posse de Trump. E o Elon Musk, dono da plataforma “X”, passou a integrar o governo de Trump. Fica claro que essas redes deixaram de ser neutras e passaram a favorecer interesses políticos da extrema direita”, concluiu Zarattini.

Assessoria de Comunicação deputado Carlos Zarattini

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Last Update: 22/03/2025