
Foragida da Justiça brasileira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (23) utilizando um texto gerado por inteligência artificial (IA). O conteúdo, postado no perfil da mãe, Rita Zambelli, no Instagram, foi escrito com ajuda do ChatGPT e publicado em português e italiano.
Desde que fugiu para a Itália, Zambelli tem recorrido aos perfis da mãe e do filho, João Zambelli, para se comunicar com seus apoiadores e pedir doações via Pix. Os perfis, antes voltados ao conteúdo de resgate de animais, passaram a intercalar vídeos com mensagens políticas no mesmo tom das que a deputada publicava antes de seu perfil ser derrubado pela Justiça.
A “carta aberta aos ministros do Supremo Tribunal Federal”, publicada no Instagram de Rita Zambelli, foi claramente elaborada com auxílio do ChatGPT. “Ministro Alexandre de Moraes: sua caneta se transformou em símbolo da repressão, de censura, de medo”, afirma o texto. A mensagem ainda acusa a Corte de ter se tornado “palco de condenações sumárias, baseadas em narrativas frágeis e parciais”.
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A publicação, com tom de manifesto, contraria diretamente a orientação dos advogados de Zambelli tanto no Brasil, Fabio Pagnozzi, quanto na Itália, Pieremilio Sammarco. Ambos já haviam aconselhado a deputada a evitar ataques ao STF durante o período de tramitação de seu processo de extradição.
A atitude também surge em um momento crítico para a parlamentar. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deverá receber nesta semana a defesa de Zambelli contra o pedido de cassação de seu mandato, determinado por Moraes e atualmente em análise pelo Legislativo.
Zambelli está na lista vermelha da Interpol e é considerada foragida internacional. Ela é acusada de encomendar a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao hacker Walter Delgatti Neto e de ter ajudado na elaboração de um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.
Antes de fugir, a deputada lançou a mãe, Rita, como pré-candidata em 2026, e o filho João, para 2028. Desde então, vem utilizando os dois como intermediários nas redes sociais, enquanto se esconde da polícia italiana, que atua em conjunto com a Polícia Federal brasileira.