
A defesa da deputada foragida Carla Zambelli (PL-SP) solicitou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara uma acareação por videoconferência com o hacker Walter Delgatti Neto no processo que pode levar à cassação de seu mandato. A parlamentar, que fugiu do Brasil para evitar prisão, só participará do confronto se for garantida a modalidade remota.
O advogado Fábio Pagnozzi, que defende Zambelli, argumentou que “o uso de tecnologia é cada vez mais comum na Justiça”, citando que até réus presos são ouvidos por videoconferência. A solicitação foi entregue à CCJ na quarta-feira (2), junto com um pedido de acesso aos equipamentos apreendidos na casa de Delgatti.
Zambelli foi condenada pelo STF por contratar Delgatti para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsificar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Com um pedido de prisão em aberto, a deputada deixou o país e teve licença de 127 dias concedida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Apesar da determinação do Supremo para cassação imediata do mandato, Motta optou por abrir um processo próprio na Câmara, atualmente em tramitação na CCJ.

A estratégia da defesa é questionar a credibilidade de Delgatti durante a acareação, já que as principais provas contra Zambelli são os depoimentos do hacker e materiais apreendidos.
O PL se mobiliza para manter o mandato da deputada. O líder do partido, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que todos os parlamentares da sigla votarão contra a cassação e busca apoio de outros partidos de direita.
Caso o processo avance, serão necessários 257 votos no plenário para cassar Zambelli.