
A deputada federal, e foragida da Justiça brasileira, Carla Zambelli (PL-SP) declarou que se apresentará às autoridades italianas assim que o Ministério da Justiça do Brasil formalizar o pedido de extradição solicitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo ainda não foi iniciado porque, segundo a pasta comandada por Ricardo Lewandowski, aguarda comunicação formal do STF. Quando solicitado, o trâmite deve ser concluído rapidamente, em até dois dias.
Em conversa com o blog de Andréia Sadi, da GloboNews, Zambelli afirmou que, caso a extradição seja concedida, pretende pedir para cumprir pena na Itália. De acordo com advogados consultados por ela e por autoridades brasileiras, esse processo pode levar de seis meses a um ano e meio.
A decisão final caberá à Justiça italiana, que analisará o pedido em pelo menos duas instâncias. Se for negado, a deputada planeja recorrer à Corte de Cassação, última instância do país.
Fontes próximas ao caso revelaram que o governo brasileiro já manteve conversas informais com a Itália, que indicou tendência a aceitar a extradição.
Apesar de bolsonaristas esperarem que a primeira-ministra Giorgia Meloni, líder da extrema-direita italiana, pudesse rejeitar o pedido, o fato de o processo contra Zambelli já ter transitado em julgado no Brasil pesou na decisão. As autoridades italianas consideram que não há margem para alegações de perseguição política, dado que a deputada foi condenada por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Mesmo antes da análise formal do pedido de extradição, autoridades brasileiras avaliam que a Itália já pode deter Zambelli, uma vez que seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol na última quinta-feira (5). A medida ocorreu após a deputada anunciar sua saída do Brasil. A expectativa é que ela aguarde o desfecho do processo já sob custódia.
O acordo de extradição entre Brasil e Itália estabelece um prazo de até 40 dias após a prisão para a formalização do pedido. No caso de Zambelli, porém, o ministro Alexandre de Moraes já determinou a solicitação, que deve ser enviada antes mesmo da detenção.