Nessa quarta-feira (7), o canal do Movimento pela Libertação da Palestina – Ghassan Kanafani foi excluído da plataforma YouTube sob a acusação de “violar nossas políticas de organizações criminosas violentas”. A medida se soma a uma série de ações de censura promovidas pelas grandes plataformas digitais contra veículos, coletivos e ativistas que denunciam o genocídio em curso na Faixa de Gaza.
O canal publicava registros de eventos e produzia conteúdo sobre a causa palestina e a cultura árabe. Diante da escalada do conflito no Oriente Médio, com apoio explícito do imperialismo ao exército de ocupação israelense, o canal intensificou sua cobertura, assumindo posição firme em defesa da Resistência Palestina.
Em nota pública, o movimento denunciou a decisão do YouTube como parte de uma tentativa coordenada de silenciar vozes dissidentes e ocultar a brutalidade cometida contra o povo palestino:
“Excluir o canal não nos afastará de nossas posições políticas e reforça a tese de quanto o mundo digital é controlado, manipulado, antidemocrático, antipopular, anticlasse trabalhadora e a serviço da manutenção do imperialismo estadunidense e do colonialismo judaico-sionista na Palestina”, afirmou o coordenador do movimento, Yasser Jamil Fayad.
A censura ao canal não é um caso isolado. A Causa Operária TV (COTV), veículo ligado ao Partido da Causa Operária (PCO), já teve vários vídeos removidos e sua monetização cancelada. Em outubro de 2023, três vídeos informativos sobre a Resistência Palestina foram excluídos pelo YouTube com a justificativa de “apologia a organizações violentas ou terroristas”.
Em abril de 2024, quatro canais vinculados ao PCO — incluindo a própria COTV — foram desmonetizados e 37 vídeos excluídos. Além disso, o sistema de pagamentos da loja do partido foi bloqueado pela plataforma.
Outro caso emblemático foi o do canal InfoDigit-PC: TI & TM, também removido sob a acusação de promover conteúdo associado a “organizações criminosas violentas”. Segundo o responsável pelo canal, a punição foi motivada pela simples repostagem de entrevistas feitas pelo PCO com representantes do Hamas:
“Porque repostei em meu ex-canal no YouTube os dois vídeos do Partido da Causa Operária entrevistando o Hamas, eles retiraram permanentemente meu canal do ar”, declarou a este Diário.
Desde o início da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, lançada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), as redes sociais têm apertado o cerco contra qualquer conteúdo que questione a versão oficial do imperialismo e seus aliados no Oriente Médio. Enquanto isso, páginas e perfis que abertamente apoiam os massacres cometidos pelo exército israelense seguem ativos, impunes e com ampla difusão.