Xiomara castro denuncia golpe e chama povo às ruas

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, intensificou suas denúncias contra o golpe eleitoral nas eleições presidenciais realizadas em 30 de novembro de 2025, convocando uma mobilização nacional massiva em Tegucigalpa. Durante o evento ocorrido na quarta-feira, 17 de dezembro, ela destacou que a nação enfrenta “sérias dificuldades democráticas”, com tentativas de manipular atas eleitorais e impor resultados que não refletem a vontade popular expressa nas urnas. Castro enfatizou a necessidade de recontar “voto por voto” para assegurar transparência total no processo.

Em seu discurso perante milhares de apoiadores, a mandatária alertou:

“Chamei vocês aqui porque o país enfrenta mais uma vez uma crise. Hoje, a democracia em Honduras está em sérios apuros; querem manipular nossa democracia e tomar decisões que somente o povo tem o direito de tomar no processo eleitoral.”

Castro instou o povo a permanecer de pé para impedir manipulações e defender os votos, convocando uma mobilização que visa visibilizar a luta pela transparência na representação eleitoral. Castro também celebrou as conquistas de seu governo, afirmando que “mudamos a história de Honduras” e que o compromisso com o povo persiste, independentemente dos desafios atuais.

As denúncias ganham contornos mais graves com revelações de suposto plano golpista orquestrado pelo ex-presidente Juan Orlando Hernández, perdoado recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que, segundo Castro, planejou retornar para proclamar um vencedor sem recontagem completa. Castro acusou diretamente uma “agressão em marcha” contra a ordem constitucional, com seu mandato se encerrando em 27 de janeiro de 2026, e convocou movimentos sociais, militantes do partido Livre e cidadãos comuns a se unirem contra tais ameaças. O cenário eleitoral foi marcado por forte ingerência de Trump, que apoiou o conservador Nasry Asfura, do Partido Nacional, ameaçando cortar ajuda financeira e influenciar o rumo dos comícios.

O chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Roosvelt Hernández, reafirmou publicamente a lealdade absoluta à presidente Castro, comprometendo-se a preservar a estabilidade nacional diante das crescentes tensões políticas. Manuel Zelaya, ex-presidente e marido de Castro – vítima de um golpe em 2009 –, endossou as acusações, exigindo vigilância contra setores golpistas.

Artigo Anterior

Quatro pessoas são executadas pela PM em Nossa Senhora do Socorro

Próximo Artigo

Amapá: índios bloqueiam rodovia em protesto contra Marco Temporal

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!