Em coletiva transmitida da Etiópia, o ministro do MDS frisa que o combate à fome exige integração de políticas sociais e participação da sociedade civil
Após o anúncio da FAO de que o Brasil saiu do Mapa da Fome nesta segunda-feira (28), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, participou de uma coletiva de imprensa online diretamente de Adis Abeba, Etiópia. O ministro destacou que a soberania alimentar é um direito fundamental e só pode ser alcançada por meio de políticas sociais eficazes e coordenadas.
“Não há soberania sem justiça alimentar e não há justiça social sem democracia”, afirmou Dias, lembrando que a conquista em tempo recorde é resultado de um plano integrado, com mais de 80 ações e programas de 24 ministérios.
Resultados em tempo recorde
O ministro ressaltou que o objetivo do governo Lula era retirar o país do Mapa da Fome até 2026, mas o resultado foi alcançado em apenas dois anos.
“Esse resultado mostra que o Plano Brasil Sem Fome, do governo brasileiro, muito trabalhador, eficiente e com políticas públicas robustas, foi possível atingir em menos de dois anos”, declarou.
Ele frisou que o Brasil conseguiu reduzir a desnutrição para menos de 2,5% da população, índice que, segundo os critérios da ONU, retira o país da condição de insegurança alimentar crônica. “Assim como o nosso Sistema Único de Saúde salvou vidas na pandemia, o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro também salvou milhões de vidas”, acrescentou.
Leia mais: O recado de Lula ao planeta: “Precisamos aprender a cuidar do povo mais pobre”
Ações que possibilitaram o avanço
Questionado sobre as medidas que permitiram o resultado, Dias explicou que o governo adotou um cadastro eficiente integrado à rede de assistência social (SUAS) e ao sistema de segurança alimentar, com apoio de estados, municípios e Congresso Nacional.
Entre os principais eixos, destacou o fortalecimento do Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, o incentivo à agricultura familiar, a ampliação da alimentação escolar e a aprovação de medidas como a isenção de tributos para alimentos.
“O trabalho foi árduo e contou com a integração de todos os níveis de governo, organizações da sociedade civil e empresários comprometidos com a justiça social”, disse.
Ouça o boletim da Rádio PT:
Nova etapa do Plano Brasil Sem Fome
Apesar do avanço, o ministro reconheceu que o desafio ainda persiste. “Todos sabem da verdadeira obsessão que tem o presidente Lula em não deixar ninguém para trás. Vamos seguir trabalhando uma estratégia que é a busca ativa, garantindo alcançar quem ainda não alcançamos”, afirmou.
Dias antecipou que uma segunda etapa do Plano Brasil Sem Fome está em preparação e deverá ser apresentada em breve ao presidente Lula. Essa fase deverá ampliar ações para atingir populações ainda vulneráveis e consolidar os ganhos já obtidos.
Confira a coletiva transmitida ao vivo pela FAO:
Papel da Aliança Global
Durante a coletiva, o ministro também comentou a importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, coordenada pela ONU e apoiada pelo Brasil desde a sua criação.
Segundo o ministro, o relatório mais recente mostra que, após anos de aumento, a insegurança alimentar global começou a cair de 750 milhões de pessoas em 2022 para 673 milhões em 2024, uma redução de aproximadamente 77 milhões.
“Coloquei aqui uma palavra de esperança e confiança: se todos os países priorizarem a erradicação da fome em seus orçamentos e planos, teremos condições de chegar a 2030 com forte redução da fome e da pobreza”, declarou Dias.
Leia mais: G20: Aliança Global contra a Fome ganha força com adesão de novos países
Brasil como referência internacional
Encerrando a coletiva, o ministro destacou que a conquista do Brasil reforça o papel do país como modelo para outras nações em desenvolvimento.
“A saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de decisões políticas coordenadas pelo presidente Lula, que priorizaram a redução da pobreza e o acesso à alimentação saudável. Hoje comemoramos reduções históricas da insegurança alimentar grave e da pobreza”, concluiu.
PT Nacional