Político conhecido no estado do Rio de Janeiro, Washington Reis foi alvo nesta quinta-feira 4 de uma operação da Polícia Federal que apura detalhes sobre a suspeita de fraude em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de pessoas ligadas a ele. Atualmente, Reis é secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro.
As apurações da Polícia Federal indicam que dados falsos teriam sido inseridos por meio do sistema público de saúde da cidade. O objetivo seria garantir documentos que atestassem a vacinação contra a covid-19 em momentos em que havia exigência da imunização para frequentar determinados espaços ou viajar para outros países.
A família de Washington Reis tem um longo histórico de atuação na política fluminense, especialmente em Duque de Caxias. O secretário é irmão do deputado federal Gutemberg Reis, que em março foi indiciado por possível envolvimento no esquema de fraude em cartões de vacinação.
Segundo informou o G1, a Procuradoria-Geral da República afirmou que o próprio secretário e alguns de seus familiares teriam utilizado o esquema. Entre eles, o tio e atual prefeito de Duque de Caxias, Wilson Miguel dos Reis; e o irmão Rosenverg Reis, deputado estadual do Rio. Todos são filiados ao MDB.
Washington Reis foi prefeito de Duque de Caxias por três mandatos. No último deles, renunciou em abril de 2022, inicialmente para lançar a pré-candidatura ao Senado. Porém, chegou a ser anunciado como candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro, mas foi vetado pela Justiça Eleitoral devido a uma condenação por crime ambiental e loteamento irregular.
Nomeado secretário de Transportes por Castro, foi alvo de pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro à Justiça para que fosse afastado do cargo, já que foi considerado inelegível. Entretanto, ainda ocupa o cargo.
Nascido em Duque de Caxias, tem mais de 30 anos de atuação em cargos públicos. Além dos três mandatos como prefeito da cidade, foi vereador; deputado estadual (três mandatos) e deputado federal (dois mandatos).
Em resposta à CartaCapital, a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro afirmou que a operação “tem como alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022” e que não há “fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis”.
