Está cada vez mais difícil falar de futebol, principalmente aqui entre nós. Um gol bonito de vez em quando e a gente vai levando… a gente vai levando.

Boas notícias, no entanto, têm vindo de outros esportes.

O destaque mais recente fica com o prodigioso tenista João ­Fonseca, que, depois ter se sagrado campeão do ATP 250 de ­Buenos Aires, chegou ao Rio Open, na segunda-feira 17, com status de atração principal.

Após a conquista do primeiro título da ATP, com sua leveza e seu punho forte, o brasileiro subiu para a 68ª posição do ranking mundial.

No futebol, o esporte se salvou, no bom sentido, com a expressiva vitória da Seleção sub-20 no Sul-Americano no domingo 16, em Caracas, na Venezuela.

Após derrotar o Chile por 3 a 0, a equipe viu a Argentina – que havia batido o Brasil por 6 a 0 – perder para o Paraguai. Essa foi a 13ª vez que o Brasil ganhou a competição.

O que está difícil de aguentar, no entanto, é o descontrole emocional que está tomando a sociedade em todas as áreas – aí incluído o futebol, dentro e fora do campo.

De vez em quando, somos forçados a comentar sobre brigas de torcedores, jogadas violentas e até desleais, algo que nem deveria existir entre profissionais.

A confusão entre jogadores do Flamengo e do Botafogo, na semana passada, no Maracanã, ultrapassou todos os limites em um campeonato que, por si só, já é pouco valorizado.

Isso marca apenas o início da temporada e é, portanto, o momento para que se adotem medidas capazes de conter esse tipo de acontecimento.

No tumulto do jogo carioca nem a profusão de seguranças foi capaz de manter a calma dos jogadores, que insistiram em se envolver em brigas que remeteram a embates de “gangues” de rua.

Isso confirma o velho ditado: “Onde falta comida, sobra briga”. E o calor, no auge do verão, só aumenta a tensão.

Mas, como sempre, em meio ao caos, surge uma lufada de ar saudável no futebol.

Gerson, capitão do Flamengo, mostrando a lucidez que também exibe em campo, escreveu uma carta ao “sindicato” dos jogadores do Rio propondo alteração nos horários dos jogos, devido ao calor sufocante destes dias.

O clube já havia adotado medida semelhante, mudando um jogo da tarde para a noite, com a aceitação do adversário e da federação.

Gerson se disse, no texto, “preocupado com a integridade física de todos que atuam no futebol”.

Seu gesto foi seguido de imediato por Mano Menezes, técnico do Fluminense.

Na Europa, a Champions League – que abriga o futebol de melhor qualidade técnica atualmente – também começou.

Ou seja, o ano segue esquentando.

Neymar vai aos poucos entrando em forma e, no domingo 16, fez seu primeiro gol após o retorno, de pênalti, ajudando Guilherme a se projetar como artilheiro no Peixe.

Enquanto isso, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fez uma declaração simples, porém certeira.

Ao tratar da especulação envolvendo o jogador Vitor Roque, que saiu do Barcelona e foi para o Betis de Sevilha, mas está disposto a voltar ao País, ela disse: “O que depende de terceiros, eu não garanto nada”.

Ainda no campo das transações, chamou atenção a contratação de ­Alerrandro, atacante que pertencia ao Bragantino, pelo CSKA, da Rússia. De acordo com o clube, o atleta pagou a multa rescisória.

Veio do meu time de Jaú, o XV de Novembro, a triste notícia de mais uma morte súbita de jogador: o jovem Gabriel Popó, em plena atividade, desta vez fora de campo, no alojamento do clube.

E não poderia deixar de registrar a passagem do “craque-peladeiro” Cacá Diegues, com sua vasta lista de filmes sempre focados na vida brasileira. Fez por merecer as honras que recebeu. •

Publicado na edição n° 1350 de CartaCapital, em 26 de fevereiro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Vitórias e derrotas’

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Last Update: 20/02/2025