José Antonio Kast (Partido Republicano) foi eleito presidente do Chile neste domingo (14), com 58,1% dos votos válidos, derrotando a governista Jeannette Jara (Partido Comunista do Chile), segundo o Serviço Eleitoral do país (Servel). A vitória consolida o retorno da extrema direita ao comando do país e marca um retrocesso político após o ciclo aberto pelos protestos sociais de 2019.
Com 99% das urnas apuradas, Kast obteve cerca de 7,3 milhões de votos, enquanto Jara somou aproximadamente 5,3 milhões. Votos nulos e em branco ficaram em torno de 200 mil, de acordo com dados oficiais.
A eleição levou ao poder o presidente mais à direita desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973–1990), reabrindo no país o debate sobre o legado do pinochetismo e os limites da transição democrática chilena.
O novo governo toma posse em 11 de março de 2026, impulsionado por uma campanha centrada no endurecimento da segurança pública, no controle da imigração irregular e em um programa de ajuste fiscal que prevê cortes no gasto público e revisão de políticas sociais.
Na área econômica, Kast defendeu a redução do papel do Estado, a contenção do gasto social e a revisão de subsídios, propostas que críticos apontam como ameaça a políticas públicas construídas após décadas de mobilização social.
Jeannette Jara reconheceu a derrota ainda na noite de domingo e afirmou, em publicação nas redes sociais que seguirá atuando politicamente e ressaltou que “a derrota é sempre breve”.
“É na derrota que mais aprendemos e onde se fortalece o nosso compromisso democrático”, afirmou a comunista. “Continuarei trabalhando por mais oportunidades, mais segurança e para que o progresso chegue a todo o Chile”, disse.