O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) concluiu a identificação das 62 vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo na última sexta-feira. Durante a coletiva de imprensa, o diretor do instituto, Ricardo Gumbleton, revelou que a preservação das mãos de grande parte dos passageiros sugere que eles podem ter sido alertados sobre a iminente queda.
“Grande parte das vítimas foi encontrada com as mãos preservadas. Eu não sei se houve um comando da tripulação de que estavam em emergência ou se as pessoas perceberam a queda acentuada”, explicou Gumbleton.
A posição das mãos, muitas vezes fechadas, indica que os passageiros estavam cientes do perigo iminente e possivelmente adotaram a posição de brace, recomendada em situações de emergência durante voos. Essa postura envolve inclinar o corpo para frente, com as pernas unidas, pés firmes no chão, e as mãos protegendo a cabeça. Os especialistas consideram a posição como mais segura em caso de impacto, pois ajuda a proteger a cabeça e o tronco de lesões graves.
A identificação das vítimas foi realizada por meio de métodos como papiloscopia (impressões digitais), análise de arcadas dentárias e outras características específicas. Em alguns casos, foi necessário combinar diferentes exames para garantir a precisão das identificações.
“Os corpos já estão prontos para serem liberados porque tem um confronto positivo pelo menos, mas tentamos conseguir mais outros para ter 100% de certeza”, afirmou o médico legista Paulo Diego.
Apesar da gravidade do acidente, que resultou na morte instantânea de todas as 62 pessoas a bordo devido ao impacto da aeronave com o solo, os corpos não foram completamente carbonizados. Isso facilitou o trabalho da equipe de identificação, que conseguiu agilizar o processo, liberando 42 vítimas até a manhã de quinta-feira.
A maioria das pessoas a bordo era originária de Cascavel, no Paraná, mas também havia passageiros de outros sete estados. Entre os corpos identificados estava o da cachorra Luna, que viajava com uma família venezuelana. Os restos mortais da pet foram disponibilizados aos familiares, que podem optar por recebê-los ou deixá-los para incineração sanitária pela polícia.
O trabalho de identificação enfrentou desafios significativos devido às condições climáticas e à destruição da aeronave. “As dificuldades começaram lá no local do acidente para retirar esses corpos de forma metodológica que permitisse as perícias. Não havia nenhum corpo completamente carbonizado”, explicaram os peritos durante a coletiva.