Um dos principais nomes da televisão brasileira, Silvio Santos, morreu recentemente aos 93 anos. Em 2003, o fundador do SBT havia assustado o público ao criar uma “fake news” sobre sua possível morte em uma entrevista à revista “Contigo”. Em uma conversa por telefone, direto de sua casa em Miami, ele brincou com a repórter Ana Carolina Soares, que o havia procurado para esclarecer boatos sobre sua aposentadoria.
Na entrevista, Senor Abravanel afirmou que venderia o SBT para a Televisa e para Boni por R$ 1 bilhão e que sofria de uma doença terminal, que lhe daria no máximo mais seis anos de vida. “Vou me aposentar e morrer”, disse o apresentador, causando um misto de choque e incredulidade na repórter.
Durante a conversa, Silvio detalhou sua suposta condição de saúde: “Ah, você não sabia? No ano passado fui ao Medical Center, em Miami, e eles declararam que só tenho mais seis anos de vida. Estou com um problema gravíssimo nas artérias do coração. E eles me disseram que, de agora em diante, só preciso descansar. No duro”, afirmou ele.
Ana Carolina, perplexa, tentou processar a informação e questionou a seriedade da declaração. Silvio, mantendo o tom sério, não desfez o trote e continuou: “Estou mal, muito mal. Você não sabe o que é esperar a morte, deitado, fazendo transfusões de sangue, exames, mais nada. É uma doença nas coronárias, se chama ataque do coração em seis anos”.
Apesar da gravidade das palavras, nada do que Silvio disse era verdade. A repórter, no entanto, não se deu por vencida e ligou mais duas vezes para confirmar a história. Em ambas as ocasiões, o apresentador reafirmou que estava “à beira da morte”.
A situação chegou ao ponto de o diretor editorial do Grupo Abril intervir e conversar diretamente com Silvio Santos para verificar a veracidade das informações.
Mesmo desconfiando da autenticidade das declarações, a revista “Contigo” decidiu publicar a entrevista, deixando claro que pessoas próximas ao apresentador não confirmavam a existência da doença.
A atitude de Silvio Santos naquela ocasião exemplificou seu espírito brincalhão e seu talento inato para surpreender e envolver o público, mesmo em situações inesperadas e delicadas.